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Confrontos em Jerusalém e Gaza faz crescer tensão entre israelenses e palestinos

Confrontos em Jerusalém, protestos na Cisjordânia ocupada e foguetes da Faixa de Gaza: a tensão aumenta entre os palestinos e as forças israelenses neste sábado (24), após os distúrbios mais graves em anos na Cidade Santa.

Forças de segurança israelenses prendem manifestante palestino na Porta de Damasco, em Jerusalém.
Forças de segurança israelenses prendem manifestante palestino na Porta de Damasco, em Jerusalém. AFP - AHMAD GHARABLI
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Os confrontos tiveram início nesta sexta-feira (23) à noite nos arredores da Cidade Velha de Jerusalém, um dia após uma noite de manifestações envolvendo um grupo de judeus de extrema direita que resultou em mais de 120 feridos.

A polícia perseguiu os jovens palestinos no Portão de Damasco, depois que as orações de sexta-feira reuniram dezenas de milhares de fiéis na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islã, em pleno mês de jejum do Ramadã.

Jovens palestinos jogaram garrafas de água e pedras na polícia, que usou bombas de efeito moral na tentativa de dispersar a multidão e também realizou algumas prisões. Outros incidentes ocorreram em vários bairros palestinos em Jerusalém Oriental.

Centenas de palestinos se reuniram na noite de sexta-feira (23) no posto de passagem de Qalandiya, que conecta Israel e Cisjordânia, onde vários objetos foram incendiados.

Palestinos atiraram pedras e coquetéis molotov na Tumba de Raquel, um local sagrado judeu em Belém, na Cisjordânia ocupada, informou a polícia, enquanto um protesto também ocorreu em Ramalá, a sede da Autoridade Palestina.

Mais tarde, na mesma noite, 36 foguetes foram lançados da Faixa de Gaza na direção de Israel, de acordo com as Forças Armadas israelenses. 

Seis foguetes foram interceptados pelo escudo de mísseis Iron Dome e outros caíram em terrenos baldios.

Em retaliação, tanques, caças e helicópteros militares visaram, de acordo com o exército, posições do Hamas - movimento islâmico armado que controla a Faixa de Gaza desde 2007.

 Após os confrontos de quinta-feira perto da Cidade Velha, os mais violentos dos últimos anos na Cidade Santa, o Hamas expressou seu apoio aos palestinos em Jerusalém Oriental, avisando Israel: "A faísca que vocês acendem hoje será o estopim da explosão do inimigo".

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, denunciou o "incitamento ao ódio" de grupos israelenses de extrema direita e instou a comunidade internacional a "proteger" os palestinos em Jerusalém Oriental.

Provocação

Os confrontos nos últimos dias em Jerusalém começaram depois que a polícia impediu a população de se sentar nos degraus ao redor do Portão de Damasco, um lugar onde os palestinos normalmente se reúnem à noite durante o Ramadã.

Quando os judeus de extrema direita planejaram uma manifestação perto deste acesso à Cidade Velha, muitos palestinos viram isso como uma provocação e uma tentativa de assumir o controle desse local simbólico.

O enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, pediu neste sábado que "todas as partes exerçam o máximo de contenção e evitem nova escalada".

"Os atos de provocação em Jerusalém devem parar. O lançamento indiscriminado de foguetes em áreas povoadas viola a lei internacional e deve cessar imediatamente", disse ele em um comunicado.

 A Jordânia, país vizinho que administra os locais sagrados muçulmanos na Cidade Velha, condenou no sábado os "ataques racistas" de Israel contra os palestinos em Jerusalém Oriental.

O ministro das Relações Exteriores, Ayman Safadi, pediu "uma ação internacional para protegê-los", alertando Israel que Jerusalém era "uma linha vermelha".

(Com informações da AFP)

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