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Um ano após o assassinato do general Soleimani, Irã teme ataque americano

Milhares de pessoas protestaram na madrugada deste domingo (3) contra os Estados Unidos no Aeroporto Internacional de Bagdá, o mesmo local onde o general iraniano Qassem Soleimani e um tenente foram mortos, em um ataque americano, há um ano.

O General Qassem Soleimani em Teerã, em setembro de 2016.
O General Qassem Soleimani em Teerã, em setembro de 2016. AP
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O general iraniano Qassem Soleimani foi assassinado em um ataque de drone. O alto oficial iraniano comandava a Força Al-Quds, uma unidade especial do Exército dos Guardiães da Revolução Islâmica do Irã e personificava a influência de Teerã nas crises regionais.

Nos últimos anos, seja na guerra na Síria, à frente das forças iranianas que apoiam Bashar al-Assad; ou no Iraque, ao lado dos milicianos xiitas que lutam contra o grupo Estado Islâmico, Qassem Soleimani havia se tornado um herói da República Islâmica do Irã.

A eliminação do general iraniano foi um dos atos mais espetaculares da política de "pressão máxima" sobre o país durante os quatro anos da presidência de Donald Trump. "Teerã só pôde dar uma resposta limitada, disparando mísseis contra bases americanas no Iraque", analisa Nicolas Falez, do serviço internacional da RFI. Uma vingança que se transformou em fiasco depois que a defesa antiaérea iraniana abateu um avião civil ucraniano, matando 176 pessoas a bordo.

Um ano após o assassinato de Qassem Soleimani em Bagdá, o Iraque ainda está enfraquecido por sua dupla aliança com Teerã e Washington. O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, que está prestes a assumir a Casa Branca, deseja retomar o acordo nuclear com o Irã. Contudo, para o democrata e seus aliados, as negociações futuras com Teerã devem incluir o papel do Irã nas crises do Oriente Médio, onde a sombra de Qassem Soleimani ainda paira.

Responder a "qualquer ato" dos Estados Unidos

No sábado (2), durante uma inspeção de tropas em uma ilha estratégica no Golfo, o chefe da Guarda Revolucionária do Irã ameaçou retaliar "qualquer ação do inimigo", referindo-se às crescentes tensões com os Estados Unidos.

"Estamos aqui hoje para garantir nosso poderio naval contra os inimigos que se vangloriam e nos ameaçam", disse o general Hossein Salami, em Abu Moussa, de acordo com o Sepahnews, o site oficial dos Guardiães da Revolução. A ilha está localizada perto da entrada do Estreito de Ormuz, por onde passa um quinto da produção mundial de petróleo.

Porta-aviões americano no Golfo

Nesta sexta-feira (1º), o chefe da Autoridade Judicial do Irã, Ebrahim Raïssi, já havia prometido que os autores do assassinato do general Soleimani "não estariam seguros em nenhum lugar". No dia anterior, o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de tentar fabricar "um pretexto" para lançar "uma guerra", em um momento em que as tensões entre os dois inimigos voltam a subir.

No fim de novembro, o porta-aviões americano USS Nimitz foi enviado para a região do Golfo. Dois bombardeiros americanos B-52 sobrevoaram a região, em 10 de dezembro, em uma demonstração de força dirigida ao Irã.

De acordo com o jornal The New York Times, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Christopher Miller, ordenou o retorno do Nimitz. Um sinal de "redução das tensões" enviado para Teerã, a fim de evitar o conflito, escreve o diário americano

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