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Caso Navalny: Alemanha diz que sanções russas contra UE são "injustificadas"

O governo alemão reagiu nesta terça-feira (22) às sanções anunciadas pela Rússia contra países da União Europeia (UE) que defenderam o opositor russo Alexei Navalny. Segundo Berlim, as medidas de retaliação por parte de Moscou são "injustificadas".

Alexei Navalny, publicou um vídeo no qual um especialista em armas químicas do governo russo confirma seu envenenamento e destruição das provas do crime em agosto deste ano.
Alexei Navalny, publicou um vídeo no qual um especialista em armas químicas do governo russo confirma seu envenenamento e destruição das provas do crime em agosto deste ano. AP - Pavel Golovkin
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Segundo Berlim, o envenenamento de Navalny "não é um caso bilateral, mas um episódio de dimensão mundial, devido ao desrespeito ao direito internacional com a utilização de uma substância química neurotóxica". Por isso, o governo alemão voltou a pedir que a Rússia esclareça o uso do veneno contra um cidadão russo.

Mais cedo, as autoridades russas anunciaram sanções contra a UE por seu envolvimento no caso Navalny. O Kremlin também classificou como "delírio" as recentes revelações feitas pelo opositor, segundo as quais os serviços secretos do país (FSB) teriam confirmado o envenenamento.

Sanções contra Alemanha, França e Suécia

O ministério russo das Relações Exteriores afirmou "ter ampliado a lista de representantes de países-membros da União Europeia que estão proibidos de entrar no território da Federação Russa", sem revelar nomes. A pasta explicou que esta é uma reação às sanções adotadas em outubro pelos europeus contra seis personalidades russas, incluindo Alexander Bortnikov, chefe dos serviços secretos, "sob o pretexto de sua suposta participação no incidente que envolve o cidadão Navalny". 

Essas medidas foram anunciadas aos representantes das embaixadas de França, Alemanha e Suécia, os três países cujos laboratórios identificaram um agente neurotóxico de uso militar do tipo Novichok no organismo do opositor. Navalny foi transferido e internado em Berlim, após seu envenenamento e hospitalização na Sibéria, em 20 de agosto. 

A Rússia sempre negou ter envolvimento no caso e afirma que a susbstância não foi encontrada no organismo do opositor quando ele passou por exames na Sibéria. Moscou também alega que, por falta de cooperação por parte dos europeus, nenhuma investigação foi aberta.

Novas revelações

A reação russa às sanções europeias ocorre um dia depois que Navalny publicou um vídeo de uma ligação telefônica em que conversa, sob uma identidade falsa, com uma pessoa apresentada como Konstantin Kudriavsev, um especialista em armas químicas do FSB, sobre algumas circunstâncias da tentativa de assassinato da qual foi alvo. 

Acreditando conversar com um funcionário da Inteligência, Kudriavsev afirmou que participou da destruição das provas do envenenamento. Também declarou que Navalny foi intoxicado por uma substância introduzida em suas roupas íntimas. 

Após as revelações, o FSB denunciou na noite de segunda-feira (21) uma "falsificação" e uma "provocação", provavelmente orquestrada com ajuda de serviços estrangeiros. Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, anunciou que Navalny sofre de distúrbios mentais, tem "mania de perseguição e alguns sintomas de megalomania". 

Depois da publicação, em 14 de dezembro, do relatório de uma primeira investigação no site inglês Bellingcat, em colaboração com o opositor russo e a mídia europeia, o presidente Vladimir Putin reconheceu na última quinta-feira (17) que o opositor estava sob vigilância, mas enfatizou que se quisessem eliminá-lo, ele já estaria morto.

(Com informações da AFP)

 

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