Pela primeira vez, Unicef participa de campanha para alimentar crianças pobres em Londres
Pela primeira vez em 70 anos, a Unicef (agência da ONU dedicada à infância) deu início a uma campanha de distribuição de alimentos para crianças de famílias empobrecidas pela pandemia de Covid-19 no Reino Unido. O anúncio escandalizou políticos britânicos, que consideram absurdo a Organização das Nações Unidas ter de dar assistência humanitária em um dos países mais ricos do mundo.
Publicado em:
Muriel Delcroix, correspondente da RFI em Londres.
Criada após a Segunda Guerra Mundial, a Unicef sempre atuou em países assolados por conflitos, fome ou desastres naturais. Mas desta vez é em Londres, capital de um dos países mais ricos do mundo, que a agência da ONU vai fornecer ajuda humanitária.
A Unicef prometeu cerca de 27.000 euros a várias instituições britânicas de caridade para dar assistência alimentar a crianças do distrito de Southwark, no sul de Londres.
Ao total, 18 mil cafés da manhã serão distribuídos pelas escolas durante as férias de final de ano e também durante as férias de fevereiro. As refeições devem atender cerca de 1.800 famílias pobres em situação de insegurança alimentar.
It should never have come to this. We are one of the richest countries in the world. @BorisJohnson and @RishiSunak should be ashamed. https://t.co/HNQsYt8NP5
— 🌈 Angela Rayner 🌈 (@AngelaRayner) December 17, 2020
Johnson criticado por inércia
Em um comunicado, a Unicef afirmou que interveio porque a pandemia é "a crise mais urgente que afeta as crianças em 70 anos". No entanto, a agência ressaltou que é “necessária uma solução de longo prazo para combater as raízes da pobreza alimentar" .
O Partido Trabalhista, na oposição, criticou a inércia de Boris Johnson. "Somos um dos países mais ricos do mundo", indignou-se Angela Rayner, a número dois do Partido Trabalhista, que taxou de "vergonhosa" a situação.
O governo de Boris Johnson já havia sido criticado por se recusar a fornecer refeições gratuitas para as crianças mais pobres durante as férias escolares do meio do ano. Naquele momento, Johnson cedeu à pressão de uma campanha liderada pelo astro do futebol Marcus Rashford.
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