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Separatistas do Iêmen aceitam acordo de paz e renunciam à autonomia

Os separatistas do Iêmen anunciaram nesta quarta-feira (29) que renunciam à autonomia no sul do país e se declararam dispostos a colocar em prática um acordo de paz que prevê a divisão do poder na região. A decisão é vista como um passo importante para tentar pôr fim em uma guerra que destrói o país há cinco anos e provocou uma das piores crises humanitárias mundiais.

Combatentes leais aos separatistas iemenitas do STC na provícia de Abyan, fotografados em junho de 2020
Combatentes leais aos separatistas iemenitas do STC na provícia de Abyan, fotografados em junho de 2020 AFP
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O Conselho de Transição do Sul (STC na sigla em inglês) "anuncia que renuncia a sua declaração de autonomia" para permitir a aplicação do acordo de Riad, escreveu no Twitter o porta-voz do STC, Nizar Haitham, em referência ao plano estimulado por Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Os esforços da Arábia Saudita "levaram o governo iemenita e o STC a aceitar o mecanismo proposto para aplicar o acordo de Riad", celebrou o vice-ministro saudita da Defesa, o príncipe Khalid bin Salman. O consenso "mostra que é possível resolver as divergências no Iêmen por meio do diálogo, sem o uso da força", completou em uma mensagem no Twitter.

O plano proposto em novembro de 2019 prevê que o primeiro-ministro iemenita forme um novo governo nos próximos 30 dias, além da nomeação de um governador para Aden, capital do sul do país, onde os separatistas estabeleceram sua base. O presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, vive exilado na Arábia Saudita.

O Iêmen é controlado por vários grupos que disputam o poder. O norte do país está nas mãos dos rebeldes huthis, enquanto o sul é dominado por separatistas. Já as forças aliadas do governo tentam, em vão, reconquistar o território nacional com a ajuda de uma coalizão militar árabe pilotada pela Arábia Saudita.

Se for concretizada, a entrada em vigor e o respeito do acordo nos próximos dias seria uma vitória para os sauditas. Riad quer reconciliar as forças do governo com os separatistas do sul para se concentrar na luta contra os huthis no norte do país.

O conflito entre o governo e os separatistas do STC, em princípio aliados contra os rebeldes huthis, representa uma guerra dentro da guerra do Iêmen. A disputa regional aumentou a complexidade da guerra que devasta o país há cinco anos e que provocou dezenas de milhares de mortes no país mais pobre da península arábica.

Uma guerra que levou o Iêmen a sofrer a pior crise humanitária mundial, segundo um relatório da ONU publicado recentemente, que menciona a pandemia do novo coronavírus como um agravante.

De acordo com o documento das Nações Unidas, que examina apenas as áreas do sul do Iêmen, o número de pessoas "que enfrentam níveis elevados de insegurança alimentar grave" deve passar de dois milhões em fevereiro-abril a 3,2 milhões em julho-dezembro, ou seja, um aumento de 60%.

(Com informações da AFP)

 

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