Petroleiro iraniano é atingido por duas explosões no Mar Vermelho
Um petroleiro iraniano foi atingido nesta sexta-feira (11) por dois supostos disparos de mísseis no Mar Vermelho, a cem quilômetros de um porto saudita. Segundo a televisão estatal do Irã, é possível que o incidente tenha sido causado por "um ataque terrorista".
Publicado em:
A Companhia Nacional de Petroleiros do Irã (NITC), operadora da frota iraniana, afirmou que o casco do petroleiro Sabiti foi atingido por duas explosões. "Todos os tripulantes passam bem", acrescentou a NITC, ressaltando que as pessoas a bordo tentavam reparar os danos.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Irã, o suposto ataque foi lançado a partir de um local próximo ao corredor marítimo por onde o petroleiro passava, no leste do Mar Vermelho. No entanto, ao contrário do que afirmou a televisão estatal, não houve incêndio na embarcação.
Nas fotografias exibidas, o convés do navio não parece danificado. No entanto, as explosões causaram um vazamento de petróleo no Mar Vermelho, segundo a agência de notícias Isna.
"A responsabilidade desse incidente e a grave poluição que ele causou são os autores desse ato irresponsável", ressaltou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Abbas Mousavi, acrescentando que uma investigação está em andamento.
Segundo o site TankerTrackers, que rastreia os movimentos dos petroleiros, o Sabiti transporta um milhão de barris de petróleo.
Tensão no Golfo
O incidente desta sexta-feira é o mais recente de uma longa série na região, incluindo os ataques a infraestruturas de petróleo na Arábia Saudita, apreensões de navios no Golfo e a destruição de um drone americano por Teerã.
Em setembro, a Arábia Saudita e os Estados Unidos, depois a Alemanha, o Reino Unido e a França acusaram o Irã de ser responsável pelos ataques aéreos a dois locais estratégicos na produção de petróleo da Arábia Saudita, o que fez subir brevemente os preços do petróleo em 20%.
Teerã negou qualquer envolvimento nos ataques reivindicados pelos rebeldes huthis do Iêmen, apoiados pelo Irã e combatidos por uma coalizão militar liderada por Riad.
Tensões com os EUA
Os ataques de setembro provocaram temores de um confronto militar com o Irã, depois que Washington e Teerã chegaram perto do conflito direto em junho. Na ocasião, o presidente americano, Donald Trump, disse que cancelou no último minuto ataques contra alvos iranianos depois que Teerã abateu um drone americano.
O suposto ataque desta sexta-feira também acontece depois da apreensão de várias embarcações pelo Irã nos últimos meses na região do Golfo e a apreensão em julho em Gibraltar, no extremo sul da Espanha, de um petroleiro iraniano, liberado em 15 de agosto.
O Irã denuncia a presença de forças estrangeiras na região e ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz - ponto de passagem estratégico para o comércio mundial de petróleo - em caso de ação militar americana.
Neste contexto, Washington formou uma coalizão militar marítima para proteger a navegação, acompanhado por Riad e Abu Dhabi. O Irã, por sua vez, apresentou um projeto regional para garantir a "segurança energética e liberdade de navegação" nas águas do Golfo.
(Com informações da AFP)
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro