Israel, Rússia e EUA fazem reunião inédita em Jerusalém sobre tensão no Oriente Médio
Pela primeira vez, os conselheiros de Segurança Nacional dos Estados Unidos (EUA), da Rússia e de Israel discutem juntos as tensões entre os países do Oriente Médio, principalmente em relação ao Irã.
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Michel Paul, correspondente em Jerusalém
O encontro trilateral realizado nesta segunda-feira (24) em Jerusalém foi saudado como histórico pelo primeiro-ministro israelense, Benyamin Netanyahu. Para o líder conservador e aliado dos EUA, é um passo importante para garantir a estabilidade no Oriente Médio num momento marcado por turbulências.
O americano John Bolton, o russo Nikolai Patrushev e o israelense Meir Ben Shabbat vão avaliar os esforços do Irã para se enraizar militarmente na Síria e também vão abordar a tensão entre os Estados Unidos e o Irã no Golfo Pérsico. Para Netanyahu, sediar o encontro em Jerusalém é uma forma de fortalecer a posição de Israel no cenário internacional.
Great meetings today with Israeli PM @Netanyahu and NSA Meir Ben-Shabbat. We re-affirmed our shared priority of confronting Iranian aggression throughout the region by continuing maximum economic pressure and increasing the cost of Iran’s malign activity. pic.twitter.com/paeFiwB6ah
John Bolton (@AmbJohnBolton) 23 juin 2019
Para o conselheiro norte-americano John Bolton, a situação na região torna a cooperação com Israel ainda mais importante. "Nem o Irã, nem qualquer nação hostil deve interpretar a cautela americana e sua discrição como um sinal de fraqueza. Ninguém deu licença ao Irã para 'caçar' na região, e o Irã nunca poderá possuir armas nucleares, nem contra os Estados Unidos, nem contra o resto do mundo", disse o conselheiro de Segurança Nacional de Donald Trump após uma reunião com o primeiro-ministro israelense.
A tensão entre Washington e Teerã cresceu nos últimos dias depois de os EUA culparem o Irã pelos recentes ataques a dois navios petroleiros no Golfo de Omã e pela derrubada de um drone americano na região.
Por sua parte, o conselheiro russo Nikolai Patrushev afirmou que o Irã está na Síria "a convite do governo legítimo no poder em Damasco". Por isso, enfatizou o russo, "devemos levar em conta os interesses do Irã".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que as novas sanções econômicas que Washington deve anunciar hoje contra o Irã são "ilegais". "Consideramos que essas sanções são ilegais, é tudo o que podemos dizer", disse o porta-voz a repórteres.
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