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Irã diz ter desmantelado rede de espionagem americana

O Irã anunciou nesta terça-feira (18) ter desmantelado uma nova rede de espionagem vinculada à Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos. A notícia aparece em meio a uma elevação no clima de tensão entre os dois países.

Irã anuncia desmantelamento de rede de espionagem americana em meio à elevação da tensão entre os dois países.
Irã anuncia desmantelamento de rede de espionagem americana em meio à elevação da tensão entre os dois países. REUTERS/Leonhard Foeger/File Photo
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A crise se acentuou com o anúncio feito na segunda-feira (17) pelo Pentágono sobre o reforço do dispositivo militar americano no Oriente Médio. Os Estados Unidos dizem que a medida se justifica pelo anúncio do Irã de que tem a intenção de superar o limite previsto pelo acordo sobre seu programa nuclear.

Segundo a agência oficial de notícias iraniana Irna, informações da inteligência do país levaram à descoberta recente de "novos recrutas contratados pelos americanos". Segundo a instituição, essa nova rede teria sido desmantelada e alguns de seus membros já teriam sido presos e levados à justiça.

Irã e Estados Unidos vivem uma relação tensa após a retirada unilateral dos Estados Unidos do acordo nuclear, em 2018. O país restabeleceu ainda sanções econômicas contra Teerã. A crise se agravou com os ataques contra petroleiros ocorridos em maio e junho na região do Golfo. Os americanos acusam o Irã de serem os autores dos ataques, mas eles negam.

Há meses, os iranianos pressionam seus parceiros para que os ajudem a combater os efeitos devastadores das medidas impostas pelos Estados Unidos. Até o momento, a Organização Internacional de Energia Atômica (OIEA) continua certificando que o Irã está cumprindo os compromissos do acordo nuclear.

Preocupação internacional

Diante da escalada das tensões, a Rússia, país aliado do Irã, pediu prudência. "Preferiríamos que não se aplicassem medidas que possam provocar um aumento das tensões nesta região por si só tão instável", declarou o porta-voz do Kremlin. Já o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, pediu nesta terça-feira ao Irã para "tomar decisões prudentes" e advertiu ao mesmo tempo contra a abertura de uma "caixa de Pandora" no Oriente Médio após o anúncio de Washington.

Os Estados Unidos conclamam o mundo, por sua vez, a "não ceder à chantagem nuclear do Irã", nas palavras de Morgan Ortagus, porta-voz do Departamento de Estado. Seu aliado, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que considera o Irã uma ameaça para a existência de seu país, pediu à comunidade internacional para impor "imediatamente" sanções contra Teerã, tão logo suas reservas de urânio enriquecido superem o limite fixado pelo acordo.

O anúncio do Irã

O Irã anunciou na segunda-feira (17) que suas reservas de urânio enriquecido superariam, a partir de 27 de junho, o limite imposto pelo acordo internacional sobre sua energia nuclear. O presidente iraniano, Hassan Rohani, já tinha anunciado em maio que seu país deixaria de cumprir seus compromissos com relação ao grau de enriquecimento de urânio. Ele disse que retomaria o projeto de construção de um reator de águas pesadas em Arak se os países que continuam subscrevendo o pacto nuclear não o ajudassem a contornar as sanções americanas.

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