Coreias pretendem reconectar as duas partes da península
Apesar das sanções que pesam sobre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, as duas Coreias fizeram, nesta quarta-feira (26), uma cerimônia simbólica para dar início ao projeto de interligar e reparar as estradas e ferrovias da península asiática.
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O convite para a participação em projetos conjuntos partiu da parte norte da península asiática. A Coreia do Sul, no entanto, ressaltou que a cerimônia ainda não significaria o início real dos trabalhos para ligar e modernizar as vias entre as duas Coreias.
O porta-voz do Ministério sul-coreano da Unificação descreveu a data como uma simples "expressão de compromisso" [de estreitar laços entre os países] e acrescentou que a construção dependeria do "progresso da desnuclearização do Norte e das circunstâncias relativas às sanções".
A conexão de estradas e ferrovias faz parte de uma série de medidas que têm como objetivo melhorar os laços bilaterais, conforme acordado em setembro passado, pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un.
O principal responsável pelo setor de ferrovias de Pyongyang, na Coreia do Norte, Kim Yun-hyok, afirmou que o Sul deveria parar de seguir os Estados Unidos no que diz respeito às sanções.
Reunificação
"Se o Sul continuar a olhar por cima do ombro para verificar o humor de alguém e continuar a procrastinar, a reunificação nunca acontecerá", disse Kim na cerimônia na estação de Panmun, na cidade fronteiriça de Kaesong, na Coreia do Norte".
Para o evento, um trem especial com cerca de 100 sul-coreanos a bordo, incluindo autoridades e cinco pessoas nascidas no Norte, partiu de Seul logo cedo, rumo a Kaesong. O trem levava pintado o emblema: "Construamos juntos uma era de paz e de prosperidade com a reconexão da ferrovia e das estradas Sul-Norte".
Antes da divisão em 1948, duas linhas ferroviárias conectavam a parte ocidental e oriental da península. Com o pressuposto de que serão necessários cinco anos para reparar e modernizar estas duas ligações ferroviárias, a Coreia do Sul reservou cerca de 56 milhões de dólares para as obras em 2019.
Tudo vai depender da desnuclearização
O relaxamento das sanções à Coreia do Norte ganhou força depois da reunião histórica entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e Kim Jong-un em junho deste ano, em Cingapura.
A Coreia do Norte, no entanto, é acusada de não ter assumido nenhum compromisso concreto de abandonar o projeto nuclear do país. Os EUA exigem a "desnuclearização definitiva e totalmente comprovada" do Norte antes que as sanções políticas e econômicas sejam retiradas.
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