Carlos Ghosn teria comprado mansões no Rio de Janeiro e em Beirute com sonegação
A imprensa japonesa revelou nesta terça-feira (20) novas informações sobre a detenção do presidente-executivo da aliança automobilística Renault-Nissan-Mitsubishi, acusado de fraude fiscal e uso de dinheiro e recursos da empresa para fins pessoais. O franco-líbano-brasileiro teria usado os fundos, entre outras coisas, para comprar residências no Brasil e no Líbano.
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Frédéric Charles, correspondente da RFI em Tóquio
Segundo o jornal Nikkei,Ghosn teria comprado, com dinheiro do grupo japonês, duas casas luxuosas, no Rio de Janeiro e em Beirute. De acordo com o jornal, referência econômica do país, uma filial da Nissan Motor gastou US$ 17,8 milhões nas casas para o executivo.
As transações teriam sido feitas por meio de uma filial holandesa constituída em 2010. Ainda segundo Nikkei, a entidade jurídica que adquiriu os bens teria sido criada para realizar investimentos em start-ups. No entanto, a empresa teria sido usada para fins pessoais de Ghosn, com a cumplicidade de seu principal colaborador.
Já a emissora pública japonesa “NHK” afirma que também foram compradas casas em Paris e Amsterdã “sem nenhuma razão comercial legítima”. O canal também diz que o empresário pode ter usado os fundos da empresa para pagar as viagens de seus familiares.
Além da fraude, a administração japonesa revela detalhes sobre a investigação. O Ministério da Economia suspeita que o franco-líbano-brasileiro queria absorver as empresas Nissan e Mitsubishi Motors por meio da criação de uma grande holding baseada em Amsterdã.
As autoridades japonesas também questionam o equilíbrio da aliança entre Nissan e Renault.
O empresário foi detido na segunda-feira (19) na capital japonesa, acusado de sonegação fiscal.
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