França recebe cem países, mas ignora Trump na Cúpula do Clima
Cerca de 100 países foram convidados pelo governo da França a participar da Cúpula de Paris sobre as Mudanças Climáticas, que será realizado no dia 12 de dezembro. Dos presidentes mais influentes do mundo, só um não foi convidado: Donald Trump.
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Anunciado pelo presidente Emmanuel Macron, a cúpula será realizada logo após a 23ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP23, que vai até 17 de novembro em Bonn, na Alemanha.
"Precisamos avaliar onde estamos em relação aos compromissos. Se não acelerarmos nossos esforços, não conseguiremos atingir o objetivo de limitar o aumento (da temperatura) em 1,5ºC até o final do século. Devemos redobrar os esforços", ressaltou o palácio do Eliseu em um comunicado.
"Por enquanto, o presidente Donald Trump não foi convidado" porque os chefes de Estado convidados são aqueles "dos países envolvidos na implementação do acordo", acrescentou a presidência francesa que, no entanto, convidará representantes do governo americano.
O anúncio da retirada americana do Acordo de Paris, em junho passado, foi como um golpe para um processo complexo, que exige o fim do uso de combustíveis fósseis (carvão, petróleo, gás) para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Encontro de dezembro
A cúpula, que a França organiza no segundo aniversário do Acordo de Paris sobre o Clima, reunirá cerca de dois mil delegados além de oitocentas organizações não-governamentais, agentes públicos e privados.
Adotado no final de 2015, e já ratificado por 168 países, o Acordo de Paris sobre o Clima pretende limitar o aquecimento global em, no máximo, dois graus Celsius em relação aos níveis existentes antes da Revolução Industrial.
No entanto, os compromissos voluntários assumidos pelos Estados em Paris ainda pressionam o termômetro global para um aumento de temperatura média de mais de 3°C.
Apesar de progressos como a estabilização das emissões de CO2, a distância entre a ação e as necessidades é "catastrófica", advertiu a ONU em um relatório divulgado na semana passada, convidando os países a aumentar sua contribuição.
Resultados concretos
Perguntado sobre a utilidade prática de um encontro climático adicional e a possibilidade de obter resultados em um único dia, o Eliseu afirmou ser "necessário e importante" fortalecer a mobilização internacional.
"Mas não será uma 'pledging conferência' (conferência com compromissos oficiais)", advertiu o Eliseu.
Paris espera "construir coalizões para chegar a esta cúpula com resultados concretos", incluindo por meio da criação de dinâmicas com cidades, fundos de investimentos ou ainda bancos de desenvolvimento.
(Com agência AFP)
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