Partido Comunista da China eleva Xi Jinping ao nível de Mao Tsé-Tung

O presidente Xi Jinping confirmou nesta terça-feira (24) o status de governante chinês mais poderoso em 40 anos. Seu nome foi inscrito nos estatutos do Partido Comunista da China (PCC), um símbolo que o coloca à altura do fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung.

O presidente Xi Jinping goza do status do governante chinês mais poderoso dos últimos 40 anos. REUTERS/Jason Lee

Os 2.300 delegados do XIX congresso do PCC, que está em sessão desde a semana passada e nesta terça-feira organizou a eleição do novo comitê central, aprovaram por unanimidade a emenda que inclui o nome de Xi nos estatutos. Com a decisão, o presidente chinês de 64 anos se torna o primeiro dirigente do país desde Mao Tsé-Tung - que governou a China de 1949 até sua morte em 1976 -, a ver seu nome incluído nos estatutos enquanto ainda está no poder.

O ideário socialista de Xi Jinping para fazer da China uma grande potência próspera e respeitada até 2050 será estudado pelos 89 milhões de integrantes do PCC, o maior partido do mundo, e outros milhares de chineses. Guiará as decisões políticas, econômicas e sociais do país, fechando o espaço para  uma abertura a opositores. A repressão aos dissidentes deve continuar a mesma. 

Autoridade extraordinária

Xi Jinping "terá um status similar ao de Grande Timoneiro, que era o de Mao", afirma Willy Lam, professor de Política da Universidade Chinesa de Hong Kong. De acordo com o especialista, o status confere ao presidente chinês uma autoridade extraordinária. "Isto o permitiria ser como Mao, líder por toda a vida, enquanto conservar a saúde", reitera. 

O nome de Deng Xiaopoing, que sucedeu Mao no poder e estimulou as reformas que transformaram o país na segunda maior potência econômica mundial, nos anos 1980, foi incluído nos estatutos após sua morte. Já os nomes dos dois antecessores de Xi Jinping, Jiang Zemin e Hu Jintao, não aparecem nos estatutos, mas a obra de ambos é mencionada.

Renascimento da nação chinesa

Xi Jinping presidiu a sessão de encerramento do congresso nesta terça-feira, que durou uma semana. "Temos que trabalhar sem descanso e seguir adiante no caminho para chegarmos ao renascimento da nação chinesa", afirmou o líder no discurso de fechamento do evento. 

No pronunciamento, Xi Jinping também apresentou a meta de construção de uma China como uma grande potência próspera e respeitada até 2050. No entanto, na projeção para os próximos anos, acredita-se que o PCC continuará aumentando o controle que exerce sobre a sociedade chinesa, o que acaba com qualquer esperança de queda na repressão aos direitos humanos no país. 

A agência oficial Xinhua informou que na quarta-feira (25) serão anunciados os membros do comitê central permanente do PCC, o que deve ser crucial para os planos de Xi Jinping. O líder, aliás, deve ser nomeado a um novo mandato de cinco anos como secretário-geral do partido, o cargo supremo na pirâmide do poder chinês. 

(Com informações da AFP)