Grupo EI destrói mesquita e minarete históricos em Mossul
Os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) destruíram nesta quarta-feira (21) o emblemático minarete da cidade velha de Mossul e a mesquita, onde seu líder, Abu Bakr Al Baghdadi, proclamou seu "califado”, em 2014, em territórios ocupados na Síria e no Iraque.
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O anúncio foi feito pelo comandante iraquiano Abdulamir Yarallah, responsável pela ofensiva em Mossul, em um comunicado. “Nossas forças estavam avançando e se aproximando da mesquita, quando o grupo EI cometeu um novo crime histórico, explodindo a mesquita de Al Nuri e a hadba, o minarete adjacente”, diz o texto. O grupo Estado Islâmico acusou a aviação americana de ter destruído os dois monumentos em um bombardeio.
A mesquita e o minarete foram destruídos no quarto dia da ofensiva liderada pelo exército iraquiano contra o grupo EI, com o apoio da coalizão militar liderada pelos Estados Unidos. A operação ocorre nos últimos quilômetros quadrados da cidade velha, onde os extremistas estão entrincheirados. O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, declarou que a destruição da mesquita "é uma declaração oficial de derrota" do grupo Estado Islâmico.
Com 45 metros, o minarete inclinado também era conhecido como "a torre de Pisa iraquiana" ou como Al Hadba (a corcunda), nome dado pelos habitantes de Mossul. Concluído em 1172 e decorado com figuras geométricas formadas com ladrilhos, o minarete era um emblema da cidade e está estampado nas notas de 10 mil dinares, a moeda iraquiana.
História destruída
Vários monumentos históricos iraquianos foram destruídos pelo grupo EI no Iraque e na Síria. Cercada por muralhas do século XI que acabaram destruídas no século passado e à margem do rio Tigre em seu setor oriental, a Cidade Velha de Mossul foi, durante séculos, um pontos estratégico nas rotas comerciais entre a Índia, a Pérsia e o Mediterrâneo.
Após assumir o controle de Mossul, há três anos, o grupo EI impôs sua versão fundamentalista da lei islâmica (sharia) e destruiu entre outros monumentos, o principal museu da cidade e vários mausoléus.
O minarete inclinado era considerado uma "perversão" pelo grupo EI e estava na mira dos jihadistas, mas a população local havia conseguido impedir sua destruição até o momento. Nos últimos dois anos, o território controlado pelos extremistas foi se reduzindo diante das ofensivas lançadas pelas forças regionais e a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.
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