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Protestos marcam celebração do Dia do Trabalho pelo mundo

Este 1° de Maio, Dia do Trabalho, foi palco de manifestações pelo mundo. A data é sempre um momento de união da classe e uma oportunidade para reivindicações e homenagens. Veja aqui como a data foi celebrada em vários países.  

Trabalhadores cubanos marhcam em Havana com a faixa "A força é a união", em 1° de maio de 2017
Trabalhadores cubanos marhcam em Havana com a faixa "A força é a união", em 1° de maio de 2017 REUTERS/Alexandre Meneghini
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Na Venezuela, trabalhadores e polícia nas ruas

Manifestantes nas ruas de Caracas em 1° de Maio de 2017
Manifestantes nas ruas de Caracas em 1° de Maio de 2017 REUTERS/Carlos Garcia Rawlins

A oposição venezuelana, que completa um mês de mobilizações contra o presidente Nicolás Maduro, marchará novamente nesta segunda-feira em todo o país, em aberto desafio ao governo que normalmente organiza grandes concentrações no dia 1º de Maio. Embora até agora tenham sido bloqueados pelas forças de segurança, os opositores tentarão chegar à sede do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) e do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nos 24 estados para exigir eleições gerais.

Policiais e militares já mobilizaram veículos antimotins e barreiras metálicas em pontos estratégicos para frear o acesso ao centro de Caracas. O sistema de metrô mantém, nesta segunda-feira, 31 estações fechadas.

Maduro liderará uma concentração de seus seguidores na Plaza Bolívar, no centro de Caracas, considerado um reduto dos chavistas e onde estão o CNE, o TSJ e outros poderes públicos. "O 1º de Maio pertence à classe trabalhadora. Não é dia de capitalismo, nem de direita", afirmou o presidente socialista em seu programa dominical.

Maduro afirma que seus adversários buscam aplicar um golpe de Estado para propiciar uma intervenção estrangeira, enquanto a oposição o acusa de instaurar uma ditadura.

Cuba: último 1° de Maio com Raúl Castro

Milhões de cubanos foram às ruas neste 1° de maio, o último com Raúl Castro à frente do governo, para proclamar

Cubanos desfilam em 1° de Maio com foto do líder Raúl Castro
Cubanos desfilam em 1° de Maio com foto do líder Raúl Castro REUTERS/Alexandre Meneghini

lealdade ao socialismo e em apoio ao presidente Nicolás Maduro, cada vez mais encurralado pelos violentos protestos na Venezuela. Com 85 anos e pouco mais de uma década no poder, Castro presidiu o tradicional desfile dos trabalhadores em Havana em seu uniforme de general, embora não tenha se dirigido à multidão.

O presidente cederá o comando em fevereiro de 2018, depois de impulsionar uma cautelosa e lenta abertura ao mercado e restabelecer relações com os Estados Unidos, o inimigo histórico da Guerra Fria. Ainda que siga à frente do Partido Comunista de Cuba - o único legal neste país de 11,2 milhões de habitantes -, sua substituição significará, teoricamente, o fim de um ciclo de quase seis décadas, no qual os cubanos só conheceram dois governantes: Fidel e Raúl Castro, os irmãos que triunfaram com a Revolução de 1959. Por todo o país, o histórico líder cubano, falecido em novembro de 2016, foi lembrado hoje com cartazes e lemas do seu legado. 

Espanha, pelos trabalhadores e contra a corrupção

Trabalhadores entoam o hino comunista Internacional em desfile em Málaga, na Espanha
Trabalhadores entoam o hino comunista Internacional em desfile em Málaga, na Espanha REUTERS/Jon Nazca

Milhares de pessoas se manifestaram em Madri para defender os direitos dos trabalhadores e "contra a corrupção", um dos lemas dos protestos de 1º de maio. A manifestação no centro da capital ocorreu após o surgimento de um novo escândalo no Partido Popular, no poder, suspeito de desvio de fundos públicos na administração de uma empresa pública regional de gestão de águas.

O partido da esquerda radical Podemos e o de extrema-esquerda, Esquerda Unida, pediram aos cidadãos que tomassem as ruas não apenas por "empregos dignos", mas também "contra a precariedade e a corrupção".
"O mais corrupto é (Mariano) Rajoy", chefe do governo conservador, dizia um dos cartazes que os manifestantes levavam à praça da Porta do Sol, no centro da cidade, onde a marcha terminava às 14H00 locais (9H00 de Brasília).

"É o principal problema do país", explica José Martín, de 59 anos, antigo trabalhador do Bankia, uma instituição atingida por vários escândalos de desvio. "Esvaziaram os caixas do Estado", declarou sua esposa, Carmen Juárez, funcionária de 56 anos, denunciando "cortes claros na educação, na saúde". "É indecente", lamenta.

Grécia: 1° de Maio com greve nacional

Os sindicatos na Grécia marcaram o feriado com desfiles e uma greve nacional de 24 horas contra as novas

Gregos marcham em Atenas, em protesto contra políticas de austeridade
Gregos marcham em Atenas, em protesto contra políticas de austeridade REUTERS/Alkis Konstantinidis

medidas de austeridade, impostas em troca seguir recebendo empréstimos internacionais. Cerca de 10.000 pessoas protestaram em Atenas e 3.500 em Tessalônica, segundo a polícia.

"Devemos recuperar tudo o que nos roubaram durante a crise", declarou o chefe do Partido Comunista, Dimitis Kutsumbas. "Temos que cancelar todas as leis contra os trabalhadores (...) e eliminar unilateralmente a dívida" pública do país, acrescentou.

Os sindicatos convocaram uma greve geral para 17 de maio para protestar contra as novas medidas de austeridade. Sob a pressão de seus credores (União Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional), o governo concordou em abril em economizar 3,6 bilhões de euros, diminuindo as aposentadorias em 2019 e aumentando os impostos em 2020. Estas medidas devem ser adotadas em meados de maio pelo Parlamento. O governo espera chegar a um acordo global no dia 22 de maio durante uma reunião dos ministros das Finanças da zona euro.

Turquia: Dia do Trabalho sob tensão e gás lacrimogênio

Desfile de trabalhadores turcos foi reprimido pelas autoridades, com gás lacrimogênio e prisões
Desfile de trabalhadores turcos foi reprimido pelas autoridades, com gás lacrimogênio e prisões REUTERS/Osman Orsal

A polícia turca dispersou com bombas de gás lacrimogêneo cerca de 200 pessoas que se dirigiam nesta segunda-feira à praça Taksim de Istambul para participar de uma manifestação pelo 1º de maio proibida pelas autoridades.

A Turquia comemora o Dia do Trabalho em um clima de tensão, duas semanas depois do triunfo do "sim" no referendo constitucional organizado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan para fortalecer seu poder. Os manifestantes dispersados, que formavam parte de vários grupos de esquerda, exibiam cartazes com lemas contra o governo, como "Longa vida ao 1º de maio, não ao ditador!".

As autoridades turcas proibiram as concentrações na praça Taksim, local emblemático dos movimentos de protesto na Turquia e a polícia fechou os acessos à praça. Mas milhares de pessoas tomaram as ruas em Bakirkoy, perto do aeroporto Atatürk, na costa europeia de Istambul, na manifestação oficial de 1º de maio.

Na África, esperança de melhores salários e abertura

Milhares de trabalhadores do Congo se reuniram em Kinshasa. Como todos os anos, a União Nacional dos

Mulheres da Confederação Nacional de Trabalhadores do Senegal desfilam em Dakar
Mulheres da Confederação Nacional de Trabalhadores do Senegal desfilam em Dakar RFI / Carine Frenk

Trabalhadores congoleses, principal sindicato do país, trouxe à tona o problema dos salários baixos.

O ministro do Trabalho local participou do encontro e prometeu encontrar os sindicalistas para acertar um salário mínimo.

Na África do Sul, diversos desfiles aconteceram nas principais cidades.

Na Gâmbia, foi a primeira festa do trabalho sob o novo regime, mais democrático. Uma esperança para os trabalhadores, que esperam abrir uma nova era social a seu favor.

No Senegal, destacaram-se as mulheres, que se uniram para afirmar sua presença na produção do país.

Paris vive 1° de Maio violento

A seis dias do segundo turno da eleição presidencial, em um contexto de forte ascensão da extrema-direita, Paris teve sua tradicional manifestação, liderada pelos quatro principais sindicatos franceses. Com uma participação estimada em 30 mil pessoas, o cortejo, que partiu da Place de la République até a Place de la Nation.

Sindicatos franceses desfilam em Paris no Dia do Trabalho
Sindicatos franceses desfilam em Paris no Dia do Trabalho REUTERS/Gonzalo Fuentes

mens encapuzados lançaram projéteis e coquetéis molotov contra policiais, ferindo quatro deles, e o cortejo que parar várias vezes. Os sindicatos não conseguiram repetir a união sindical de 2002 para evitar que Jean-Marie Le Pen, então candidato ao segundo turno da eleição presidencial contra o conservador Jacques Chirac, chegasse à presidência. Na época, ele obteve apenas 18%, ao contrário de sua filha Marine Le Pen, atualmente com 39% das intenções de voto.

Neste ano, apesar do consenso de que é preciso barrar a chegada de Marine Le Pen ao poder, os sindicalistas da ala mais esquerdista se dividiram na recomendação oficial ao voto pró-Macron, ex-banqueiro considerado excessivamente liberal para uma parte do setor. Ele tem cerca de 59% de intenções de voto.

 

(Informações AFP)

 

 

 

 

 

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