Papa e presidente da Colômbia tratam do acordo de paz com as Farc
O papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (16), no Vaticano, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e seu antecessor, Álvaro Uribe.
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Os dois estão em lados opostos em relação ao recente acordo de paz com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) para colocar fim a 50 anos de conflito.
Coincidindo com a visita prevista de Santos à Santa Sé, centro de sua viagem pela Europa, o sumo pontífice convocou inesperadamente Uribe para uma reunião conjunta, em uma aparente tentativa de aproximar suas posições.
Nada transcendeu ainda dessa reunião, mas, antes dela, o Papa recebeu os dois convidados separadamente. "Precisamos de sua ajuda", disse Santos a Francisco durante os 20 minutos em que permaneceram reunidos.
"Ele me reiterou também seu apoio ao novo acordo de paz e sua pronta implementação", declarou Santos à imprensa, depois de um almoço com o presidente italiano, Sergio Mattarella.
O novo Prêmio Nobel da Paz presenteou o papa com a caneta, feita com uma bala, que em 24 de novembro serviu para assinar com o líder das Farc, Rodrigo Londoño (Timochenko), o renegociado acordo de paz, depois que uma primeira versão foi rejeitada em referendo popular.
Críticas ao acordo de paz
Uribe, por sua vez, reiterou ante o Papa suas críticas ao acordo de paz, segundo declarou à imprensa. "Não podem nos impor tudo isso, Sua Santidade", afirmou Uribe à imprensa, ao fim de sua reunião com Santos e Francisco.
O ex-presidente, o mais ferrenho detrator do processo de paz com a guerrilha de seu país, explicou que o que está pedindo é que sejam reformulados vários pontos. "Houve modificações, mas existem alguns pontos muito delicados que o governo não quer reformular", enfatizou.
Entre os temas que mais preocupa Uribe, figura o da "imunidade total para os delitos de crime contra a humanidade".
O ex-presidente continua se opondo ao acordo referendado há duas semanas pelo Congresso colombiano, apesar de ter sido renegociado para incluir propostas da oposição. Uribe, agora senador, chegou nesta sexta a Roma procedente de Bogotá.
Já Santos realiza uma viagem pelo Velho Continente depois de ter ido a Oslo para receber o Nobel da Paz, que aceitou "em nome das vítimas do conflito na Colômbia".
"A guerra, que causou tanto sofrimento e angústia à nossa população, de alto a baixo do nosso belo país, terminou", declarou o presidente em seu discurso.
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