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Síria

Rússia veta proposta da França na ONU sobre fim dos ataques em Aleppo

Moscou vetou neste sábado (8) o texto apresentado pela França no Conselho de Segurança da ONU para colocar um fim aos bombardeios em Aleppo. Na sexta-feira (7), o embaixador russo nas Nações Unidas, Vitali Tchourkine, já havia adiantado que a proposta de Paris "era inaceitável".

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, em coletiva de imprensa sobre a Síria, na sexta-feira (7), em Washington.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, em coletiva de imprensa sobre a Síria, na sexta-feira (7), em Washington. REUTERS/Mike Theiler
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O documento apresentado pela França exigia o fim dos bombardeios em Aleppo, possibilidade que Rússia já havia rejeitado informalmente. "A resolução francesa contém um certo número de propostas inaceitáveis para nós. Ele politiza, inutilmente, o conjunto da esfera humanitária e visa unicamente fazer pressão sobre o governo sírio e, consequentemente, sobre a Rússia", disse na sexta-feira o vice-ministro russo das Relações Exteriores, Guenadi Gatilov.

O texto francês teve 11 votos a favor, mas houve dois vetos, feitos pela Rússia e a Venezuela. Também foram registradas duas abstenções, China e Angola. A maioria dos países ocidentais apoiava a resolução de Paris.

"Não ignoro a existência das manobras, especialmente por parte da Rússia, para retardar uma decisão. Mas [esse comportamento] não é aceitável, diante de tudo o que se passa na Síria", protestou o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Marc Ayrault, depois do voto.

Mais cedo, o diplomata havia feito um apelo para que os países membros do Conselho de Segurança batalhassem por "uma ação imediata para salvar Aleppo". "Diante do horror", declarou, "é preciso tomar uma decisão simples: (...) exigir o fim dos bombardeios pelo regime e seus aliados, exigir que a ajuda humanitária chegue em entrave. É isso que pede a situação em Aleppo".

Proposta russa menciona apenas um cessar-fogo

Essa foi a quinta vez que Moscou barrou uma resolução em prol da paz na Síria desde o início do conflito, em março de 2011. O governo russo propôs um outro texto, que será votado ainda neste sábado.

Ao contrário da proposta francesa, a Rússia não menciona o fim dos bombardeios aéreos na Síria, apesar de propor o fim das hostilidades por meio de um cessar-fogo, especialmente em Aleppo, e pedir que todas as partes envolvidas no conflito permitam a chegada de ajuda humanitária aos locais cercados.

Violências continuam em Aleppo

Duas semanas depois do lançamento de uma ofensiva de grande envergadura sobre Aleppo do exército sírio, com o apoio de Moscou, as tropas de Damasco seguiam avançando palmo a palmo, ganhando terreno dos rebeldes por três eixos.

Aleppo é o principal foco do conflito que arrasa há mais de cinco anos a Síria, que deixou mais de 300 mil mortos, provocando a pior tragédia humanitária desde a Segunda Guerra Mundial. A parte oriental da cidade, onde os rebeldes estão cercados, foi arrasada por bombardeios intensos, que deixaram centenas de mortos e destruíram as infraestruturas civis.

A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) informou que, desde o início da ofensiva de Damasco e Moscou, em 22 de setembro, 290 pessoas morreram, a maior parte delas civis, incluindo 57 menores de idade. Enquanto isso, nos bairros controlados pelo governo, 50 civis morreram, entre eles nove crianças.

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