Presidente iraniano acusa EUA de não cumprir termos de acordo nuclear
O presidente do Irã, Hassan Rohani, usou nesta quinta-feira (22) a tribuna das Nações Unidas para convocar os Estados Unidos a respeitar sua parte do acordo nuclear assinado no ano passado entre as grandes potências e a república islâmica.
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"A falta de respeito (ao acordo) por parte dos Estados Unidos há vários meses é um enfoque errôneo que deve ser retificado imediatamente", declarou Rohani diante do plenário da Assembleia Geral da ONU em Nova York. O descumprimento "debilitará ainda mais a credibilidade dos Estados Unidos" no mundo e o país norte-americano será condenado pela comunidade internacional, acrescentou.
O presidente criticou uma decisão da Suprema Corte americana que permite a apreensão de ativos iranianos e estimou que "grupos de pressão sionistas" forçam o Congresso a "adotar leis indefensáveis" e "violar normas legais internacionais".
Acordo restringe ambições nucleares iranianas a setor civil
Concluído em julho de 2015 entre o Irã e as grandes potências (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha), o acordo nuclear entrou em vigor em meados de janeiro. O pacto permitiu a eliminação de algumas sanções internacionais impostas ao Irã em troca do compromisso de Teerã de limitar seu programa nuclear ao setor civil e de não desenvolver armas atômicas.
Mas desde que entrou em vigor, e apesar da eliminação das sanções, Teerã acusa Washington de pressionar os grandes bancos para que não trabalhem no Irã.
Rohani sugeriu que se o acordo fosse respeitado em todos os termos, isso ajudaria no avanço da resolução de conflitos nos quais o Irã exerce influência, como na Síria. Ele declarou que o documento, além de tratar do dossiê nuclear, contém indicações importantes para resolver "problemas internacionais complicados".
Projeto de lei nos EUA prevê revelar ativos de líderes iranianos
Na quarta-feira (21), a Casa Branca disse que o presidente Barack Obama vetará as medidas do Congresso para revelar os ativos dos líderes do Irã, incluindo o aiatolá Ali Khamenei, se um projeto de lei chegar ao seu gabinete. A Casa Branca disse que os principais assessores de Obama recomendariam o veto.
"Divulgar esta informação também pode comprometer as fontes e os métodos de inteligência", disse a Casa Branca em um comunicado. As medidas seriam direcionadas ao líder supremo do Irã, ao seu presidente e a uma série de pessoas vinculadas à Guarda Revolucionária do Irã, às forças Quds e ao poderoso grupo paramilitar Basij.
O promotor da medida, Bruce Poliquin, argumentou que as medidas ajudarão a mostrar ao mundo como o Irã "facilita os abusos em matéria de direitos humanos através de fundos roubados do povo iraniano".
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