Em vídeo, filho de Bin Laden promete continuar combate aos EUA

Hamza Bin Laden, um dos filhos do fundador do grupo Al Qaeda, Osama Bin Laden, prometeu continuar o combate de seu pai contra os Estados Unidos, em um vídeo divulgado esta semana e ironicamente intitulado “Somos todos Osama”.

Hamza Bin Laden, filho de Osama, em vídeo divulgado em novembro de 2001. AFP PHOTO/AL-JAZEERA

Com informações de Clarence Rodriguez, correspondente da RFI em Riyad

No vídeo, divulgado pelo braço mediático da Al Qaeda, o As-Sahab, Hamza Bin Laden promete vingar a morte de seu pai, ocorrida em dia 2 de maio de 2011 por um comando de forças especiais do Exército americano, em Abbottabad, no norte do Paquistão.

Ainda em vida, Osama Bin Laden indicou o desejo  de oficializar seu filho Hamza, hoje com 23 anos, como seu sucessor no comando do Al Qaeda. Hamza Bin Laden seria hoje mais respeitado dentro da organização terrorista do que Ayman al-Zawahiri, que tomou a frente do grupo após a morte de Osama.

O filho preferido do líder terrorista exortou no vídeo os jovens sauditas “aptos ao combate” a se juntar à Al Qaeda na Península Arábica, em uma nova organização nascida da fusão, em 2009, de subgrupos armados sauditas e iemenitas.

Cinco anos após a morte do cérebro dos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, o nome de Bin Laden soa novamente como uma ameaça real para a Arábia Saudita e os Estados Unidos.

Perfil e polêmica do “príncipe do terror”

"Vamos continuar a combater em seu país e no estrangeiro, em retaliação à sua opressão dos povos da Palestina, do Afeganistão, da Síria, do Iraque, do Iêmen, da Somália e de outros países muçulmanos que não sobreviveram", garante Hamza.

Desde a infância, Hamza Bin Laden tem servido à propaganda jihadista, segundo relato do jornal Le Figaro. Em novembro de 2001, poucos meses após os ataques de 11 de setembro, o herdeiro, então com dez anos, posou com seus irmãos no meio dos escombros de um helicóptero norte-americano derrubado na província de Ghazni, no Afeganistão. O menino recitou, na ocasião, um poema em louvor aos talibãs, conta o diário francês.

Quatro anos mais tarde, ele comemorou em um novo vídeo o terceiro aniversário dos atentados de Londres e exortou apoiadores da Al Qaeda a "acelerar a destruição da América, da Grã-Bretanha, da França e da Dinamarca". O perfil agressivo lhe rendeu o apelido de "príncipe herdeiro do terror", atribuído a um deputado conservador britânico.