OMS diz que vacina contra zika será lançada tarde demais
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nesta quarta-feira (9) que a fórmula de uma vacina contra o zika vírus deve ser estabelecida até maio. No entanto, especialistas brasileiros não acreditam que ela ficará pronta antes de três anos, um prazo tardio para combater a atual epidemia da doença.
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"Talvez, em três anos, nós teremos a vacina", declarou hoje em Genebra o professor Jorge Kalil, do Instituto de pesquisa Butantã, lembrando, no entanto, que esse prazo é muito otimista.
De acordo com a diretora-adjunta da OMS, Marie-Paule Kieny, será necessário ao menos um ano para o desenvolvimento do produto antes que ele possa começar a ser testado. "É possível que a vacina chegue muito tarde para a epidemia na América Latina", reiterou.
Três prioridades na pesquisa da vacina
Cientistas e autoridades sanitárias dos países que enfrentam a epidemia de zika estão reunidos desde segunda-feira (7) em Genebra para debater a pesquisa sobre uma vacina contra o vírus. O grupo definiu três prioridades para as pesquisas: desenvolver testes para outros vírus relacionados ao zika (como a dengue e o chikungunya), vacinas para mulheres em idade fértil e ferramentas inovadoras para o combate contra os mosquitos.
Por meio de um comunicado, a OMS informou que os moldes de uma vacina contra o zika deve ser estabelecido até o mês de maio. Além disso, a organização também pretende definir ferramentas de diagnóstico da doença até a metade de abril.
No total, 18 laboratórios e agências nacionais de pesquisa trabalham em uma vacina contra o zika. Até o momento, nenhum medicamento contra a doença foi testada em humanos.
O comitê de emergência da OMS também prevê se reunir na próxima semana para discutir a eficácia dos diferentes meios de controlar o Aedes aegypti, como inseticidas ou utilização de mosquitos geneticamente modificados.
1,5 milhão de pessoas contaminadas pelo zika no Brasil
O Brasil é o país que enfrenta a pior epidemia de zika, com cerca de 1,5 milhão de pessoas atingidas pela doença. Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti na América Latina, o zika provoca, na maioria dos casos, sintomas gripais benignos, como febre e dor no corpo.
Na terça-feira (8), a OMS aconselhou que as mulheres grávidas não viagem aos locais onde há epidemia de zika.
Ainda que a relação entre o vírus e a microcefalia não seja confirmada, o país registrou centenas de casos dessa mal formação cerebral em bebês cujas mães foram contaminadas.
Outras graves síndromes neurológicas, com a Guillain-Barré e a mielite estão comprovadamente relacionadas à transmissão do zika vírus.
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