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Irã/eleições

Conservadores devem vencer eleições legislativas no Irã

Cerca de 55 milhões de iranianos vão às urnas nesta sexta-feira (26) participar das primeiras eleições desde o acordo nuclear de julho de 2015. Os eleitores vão renovar os membros do Parlamento e a Assembleia de Especialistas encarregada de nomear e substituir o guia supremo, duas instâncias dominadas pelos conservadores.

Um comício da campanha dos progressistas em Teerã, no dia 23 de fevereiro de 2016
Um comício da campanha dos progressistas em Teerã, no dia 23 de fevereiro de 2016 REUTERS/Raheb Homavandi
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Os iranianos deverão escolher seus representantes entre mais de 6 mil candidatos, entre eles 586 mulheres. Os eleitos substituirão os 290 membros do Parlamento. Paralelamente, 161 pessoas disputam 88 vagas na Assembleia dos Especialistas. Os resultados serão anunciados no sábado (27). Apenas em Teerã a apuração deverá demorar mais três dias.

Em 2012, os candidatos mais progressistas boicotaram as eleições legislativas, por considerarem fraudulenta a reeleição do presidente ultraconservador Mahmoud Ahmadinejad, em 2009. Mir Hossein Moussavi e Mehdi Karoubi, os líderes da época, organizaram manifestações que foram violentamente reprimidas pela polícia, e tiveram prisão domiciliar decretada em 2011.

Neste ano, os progressistas se aliaram aos moderados em listas comuns para aumentar as chances nas eleições. O Conselho dos Guardiães da Constituição, que supervisiona o pleito, é dominado pelos conservadores e eliminou as principais figuras do campo progressista, autorizando apenas a participação de candidatos menos conhecidos.

Sanções beneficiam aliados de presidente

Essas eleições “duplas” acontecem seis semanas depois do fim das sanções internacionais contra Teerã, desde o acordo assinado entre o Irã e as grandes potências. O acordo foi obtido depois de dois anos de negociações e permitiu ao Irã sair do isolamento e relançar uma economia enfraquecida pelas represálias internacionais.

Os aliados do presidente Hassan Rohani esperam, com as melhorias nas condições de vida da população, sair em vantagem em relação os concorrentes. Mas, na realidade, pouca coisa mudou: apesar da assinatura do acordo, o guia supremo, Ali Khamenei, não esconde sua desconfiança em relação às potências ocidentais, em especial os Estados Unidos.
 

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