Suspeita de corrupção derruba ministro da Economia do Japão

O ministro japonês da Revitalização Econômica, Akira Amari, anunciou nesta quinta-feira (28) sua demissão do cargo diante das denúncias de envolvimento com corrupção e financiamento ilegal de partido político. Ele renunciou para que as acusações não se tornem um obstáculo para a retomada do crescimento econômico do país.

O minsitro japonês da Economia, Akira Amari, pediu demissão nesta quinta-feira (28). REUTERS/Toru Hanai TPX IMAGES OF THE DAY

"Devemos aprovar o mais rapidamente possível no parlamento leis com medidas para combater a deflação e criar uma economia sólida. Tudo que possa ser um entrave para isso deve ser eliminado e eu não sou exceção. Eu gostaria de renunciar ao meu cargo para assumir minhas responsabilidades", disse Amari durante uma entrevista coletiva em Tóquio.

Segundo a imprensa japonesa, o ministro Akira Amari e sua equipe aceitaram propina de uma empreiteira para agilizar um processo de indenização do Estado, decorrente de um litígio financeiro e ambiental envolvendo um projeto de obra pública.

O ministro admitiu aos jornalistas que a empreiteira envolvida no escândalo fez uma transferência de dinheiro, mas que não serviu para seu enriquecimento pessoal. O valor, segundo Amari, teria sido declarado oficialmente como financiamento político.

Decisão política e não confissão

Segundo ele, sua renúncia é uma decisão política e não uma confissão de culpa. O ministro demissionário admitiu que uma parte do dinheiro sumiu e informou que afastou dois secretários suspeitos.

Próximo colaborador do primeiro-ministro Shinzo Abe, Akira Amari insiste que sua demissão é uma decisão política, e não uma confissão de culpa. Figura central no governo Abe, o ministro negociou o TPP, o Tratado Transpacífico de livre comércio, que envolve os Estados Unidos e outros dez países da região Ásia-Pacífico.

O governo japonês anunciou a nomeação de Nobuteru Ishihara no cargo de ministro da Revitalização Econômica. O político de 58 anos já ocupou a pasta do Meio Ambiente e da Segurança Nuclear de 2012 a 2014.