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Irã e EUA fazem troca de prisioneiros inédita antes de retirada de sanções

Estados Unidos e Irã fizeram, neste sábado (16), uma troca de prisioneiros inédita. Teerã libertou quatro iraniano-americanos e Washington concedeu indulto a sete iranianos, seis deles também com dupla cidadania. A medida foi tomada durante a fase decisiva de negociações sobre o programa nuclear iraniano em Viena. 

Os representantes dos Estados Unidos e do Irã se reuniram neste sábado em Viena.
Os representantes dos Estados Unidos e do Irã se reuniram neste sábado em Viena. REUTERS/Kevin Lamarque
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Foram soltos pelo Irã o ex-marine Amir Hekmati, detido desde agosto de 2011, o pastor Said Abdeini, preso desde 2012, o correspondente do jornal americano The Washington Post em Teerã Jason Rezaian, retido desde 2014, e Nosratollah Khosravi-Roodsari, cuja identidade era desconhecida até então. Um estudante norte-americano também teria sido libertado, mas a informação não foi confirmada.

Já do lado de Washington, o governo americano afirma ter concedido o indulto a “sete iranianos, dos quais seis têm dupla nacionalidade e são também cidadãos americanos que haviam sido condenados, ou estavam à espera de julgamento nos Estados Unidos". Não há informações precisas sobre a identidade desses detentos.

Ao mesmo tempo, "os Estados Unidos também (...) desconsideraram as acusações contra 14 iranianos, cujos pedidos de extradição eram pouco prováveis de ter sucesso", acrescentou o governo americano.

O acordo também compromete Teerã a "continuar cooperando com os Estados Unidos para estabelecer o que aconteceu com Robert Levinson", um ex-agente do FBI, a Polícia Federal americana, desaparecido há vários anos no Irã.

O embaixador do Irã na ONU, Gholam-Ali Koshroo, declarou neste sábado que a Suíça teve "um papel positivo e facilitou a troca de prisioneiros".

Possível fim das sanções contra Teerã

O anúncio da troca de prisioneiros é feito no mesmo dia em que representantes dos Estados Unidos e do Irã se reúnem em Viena para discutir os últimos pontos do acordo sobre o programa nuclear iraniano assinado em julho de 2015 entre Teerã e a comunidade internacional. A libertação dos detentos é vista como sinal de boa vontade dos dois países, que tentam há meses uma reaproximação.

Para o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, o encontro deste sábado na capital austríaca deve ser concluído com o anúncio do início da retirada das sanções impostas pelos ocidentais contra Teerã. "Hoje é um bom dia para o povo iraniano (...) para a região e para o mundo", declarou, otimista, o chefe da diplomacia iraniana, antes de se encontrar com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

Para a entrada em vigor do acordo e o fim das sanções, o Irã terá que garantir que não se dotará de uma bomba atômica. Teerã sempre negou ter desejado obter uma arma nuclear, mas reivindica o direito de explorar seu setor nuclear com fins civis e pacíficos.
 

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