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Metrojet/Rússia

Serviço de inteligência dos EUA descarta que terroristas tenham derrubado avião russo

 O chefe do serviço de inteligência norte-americano, James Clapter, afirmou nesta segunda-feira (2), em Washington, que não há, até o momento, sinais de que houve um ato terrorista na queda do avião da companhia russa Metrojet no Sinai egípcio no sábado (31). Mais cedo, a empresa indicou que o aparelho estava "em excelente estado técnico" e apenas "uma ação externa" poderia explicar o acidente.

Egípcio deixa flores no local da queda do Airbus A320 da Metrojet no Sinai.
Egípcio deixa flores no local da queda do Airbus A320 da Metrojet no Sinai. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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 Clapter, diretor da DNI, a inteligência nacional, afirmou que é improvável que o grupo Estado Islâmico conte com os meios necessários para derrubar um avião comercial em pleno voo. O especialista reiterou, no entanto, que a possibilidade ainda não pode ser completamente descartada.

O Airbus A321 caiu no Sinai egípcio nas primeiras horas de sábado, 23 minutos após sua decolagem do balneário de Sharm El-Sheikh. A catástrofe aérea, a pior já registrada por uma companhia russa, deixou 224 mortos (217 passageiros e sete tripulantes).

A queda foi reivindicada pelo braço egípcio do grupo jihadista Estado Islâmico. Os insurgentes da facção, que se autodenomina Província Sinai, asseguraram no sábado que "derrubaram" o avião, sem especificar como, em resposta à intervenção militar russa na Síria. O grupo é muito ativo no norte do Sinai, seu principal reduto.

"Excelente estado técnico"

"O avião estava em excelente estado técnico", declarou hoje um dos diretores da Metrojet, Alexandre Smirnov, durante uma coletiva de imprensa. "Nós excluímos uma falha técnica ou ainda um erro de pilotagem", acrescentou, ressaltando que "a única causa possível é uma ação externa". Smirnov não mencionou, entretanto, sobre que ação ou fator externo poderia ter causado a tragédia.

"Tudo leva a crer que, desde o início da catástrofe, a tripulação perdeu o controle total [do avião]", indicou Smirnov. De acordo com o diretor, o aparelho estava "incontrolável": "Ele não voava, ele caía, e a passagem de uma situação de voo para uma situação de queda se explica aparentemente pelo fato de o avião ter sofrido danos a sua estrutura", explicou sem fornecer mais detalhes. Além disso, Smirnov declarou que os pilotos não tentaram entrar em contato por rádio com os controladores aéreos.

Desde o anúncio do desastre, todos os olhos se voltaram para a Metrojet, uma pequena companhia russa que freta aviões. Uma investigação foi aberta na Rússia para verificar possíveis violações dos regulamentos e buscas foram realizadas nas instalações da empresa.

"Temos certeza de que nossos aparelhos estão em bom estado de funcionamento e que o nível de nossos pilotos corresponde aos padrões internacionais, ou até mais", insistiu a porta-voz da Metrojet, Oxana Golovina. Ela também confirmou a diminuição dos salários anunciada pouco antes da queda do Airbus A320, que ela explicou pelas atuais dificuldades do mercado de aviação: "Mas a segurança [dos aviões] não está afetada por nenhum problema financeiro da empresa", destacou.

Traslado dos corpos

Um avião russo transportando os corpos de 144 das 224 vítimas aterrissou nesta manhã no aeroporto de São Petersburgo. O aparelho, um Ilyushin-76 fretado pelo Ministério das Situações de Emergência, chegou um pouco antes das 6 horas locais ao aeroporto Poulkovo.

Um segundo avião deve partir do Cairo esta noite. Os corpos repatriados foram levados de caminhão, sob proteção policial, ao necrotério da cidade, onde o processo de identificação já começou.

As famílias estão sendo recebidas uma por vez para identificar os corpos. Para facilitar o trabalho, familiares dos passageiros fornecem desde sábado amostras de DNA em um centro de crise montado próximo ao aeroporto, onde um memorial improvisado foi criado em homenagem às vítimas.

Até domingo à noite, 168 corpos das 224 pessoas à bordo haviam sido encontrados.

(Com informações da AFP)

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