Aliados árabes e ocidentais se reúnem em Paris para discutir crise na Síria

O chanceler francês Laurent Fabius se reuniu nesta terça-feira (27) durante um jantar de trabalho em Paris com os aliados ocidentais e árabes para falar sobre a crise na Síria. Arábia Saudita, Emirados Árabes, Jordânia, Catar, Turquia, Alemanha, Estados Unidos, Itália e Reino Unido participaram do encontro. A Rússia, próxima do presidente sírio Bashar al-Assad, não foi convidada, mas negociava com Washington ao mesmo tempo. 

Ministro francês das Relações Exteriores Laurent Fabius reuniu aliados árabes e ocidentais em Paris para discutir crise síria. REUTERS/Rashid Umar Abbasi

Após sua ausência durante a última reunião sobre a crise síria em Viena, na semana passada, a França tenta voltar ao centro do debate sobre o tema organizando um jantar sobre o tema em Paris. Os "principais parceiros regionais" participam do encontro, anunciou um porta-voz do Quai d'Orsay (sede da diplomacia francesa).

O ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, tinha anunciado na sexta-feira a intenção de reunir vários de seus colegas, ocidentais e árabes, para tratar da crise síria. Segundo o chefe da diplomacia, o jantar parisiense tem como objetivo discutir “os meios para começar uma transição política rumo a uma Síria unida e democrática, que respeite todas as comunidades”. Fabius também ressaltou a importância de “reforçar nossa ação contra o terrorismo” na região.

Estados Unidos e Rússia negociam

Praticamente ao mesmo tempo que aliados árabes e ocidentais debatiam em Paris, Serguei Lavrov, chefe da diplomacia russa e aliado do regime de Damasco, discutia pelo telefone com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry. Segundo o ministério russo das Relações Exteriores, a conversa foi uma iniciativa do representante de Washington. Essa é a terceira vez que os dois diplomatas se falam em três dias.

Os Estados Unidos pretendem realizar uma nova rodada internacional de discussões sobre a crise síria. A data do encontro promovido por Washington e a lista de participantes não foi divulgada.

O conflito sírio, uma guerra interna complexa entre forças do regime de Bashar Al Assad, jihadistas da Al Qaeda, do grupo Estado Islâmico (EI) e curdos no norte do país, já deixou 240 mil mortos em quatro anos e meio. Os Estados Unidos e sua coalizão internacional contra o EI lançam, desde agosto de 2014, uma campanha de bombardeios na Síria. A Rússia lançou recentemente sua própria ofensiva, mas as potências ocidentais acusam Moscou estar usando a estratégia para atacar as posições de opositores ao seu aliado, Assad.