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Síria/Grupo Estado Islâmico

Unesco condena ataque do grupo EI contra monumento de Palmira

A diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, "condenou fortemente" nesta segunda-feira (5) a destruição do Arco do Triunfo de Palmira pelo grupo Estado Islâmico. O monumento, com quase 2 mil anos de idade, era um símbolo da cidade, inscrita no patrimônio mundial da humanidade. "Essa nova destruição mostra até que ponto os extremistas são aterrorizados pela história e pela cultura", afirmou Bokova em um comunicado, acrescentando que atos como esse mostram os jihadistas "pelo que são: uma expressão pura de ódio e ignorância".

Vista do famoso Arco do Triunfo, destruído pelo grupo Estado Islâmico neste domingo
Vista do famoso Arco do Triunfo, destruído pelo grupo Estado Islâmico neste domingo Photo: Jerzy Strzelecki; source: Wikipédia
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A diretora-geral garantiu que "não haverá impunidade para os criminosos de guerra: todos os autores dessas destruições serão julgados e punidos em estreita cooperação com o Tribunal Penal Internacional". Ela ainda afirmou que "apesar dessa ferocidade criminosa, os extremistas jamais conseguirão apagar a história ou silenciar a memória deste local, que incarna a unidade e a identidade do povo sírio".

O grupo Estado Islâmico implodiu neste domingo o Arco do Triunfo, que datava da época do imperador Sétimo Severo (193 a 211 d.C.) e ornamentava a entrada de uma larga avenida ladeada de colunas romanas. Desde a época da ocupação latina, a construção era a principal porta de entrada na cidade.

Este não é o primeiro grande patrimônio de Palmira demolido pelos jihadistas. O vandalismo da organização ultrarradical também atingiu as três mais importantes torres funerárias da cidade antiga, além de dois templos. Entre eles, o santuário erigido em homenagem ao deus mesopotâmio Bel, em 32 d.C., e também classificado como patrimônio da humanidade.

Império da intolerância

Estes prédios, construídos ao longo de séculos por mesopotâmios, greco-romanos, assírios, bizantinos e outros povos, "encarnam tudo aquilo de que os extremistas têm horror: a diversidade cultural, o diálogo de culturas e o encontro de povos de todas as origens, nesta cidade de viajantes, situada entre a Europa e a Ásia", observou a diretora da Unesco.

A agência da ONU "reafirma sua determinação em seguir protegendo tudo aquilo que pode ser salvo, por meio de uma luta sem trégua contra o tráfico de objetos culturais, a documentação e a formação de redes de especialistas, na Síria e no mundo, comprometidas com a transmissão deste patrimônio, inclusive por vias tecnológicas modernas", concluiu o comunicado.
 

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