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Cijordânia/Incêndio

Mãe de bebê palestino queimado vivo morre após semanas internada

Morreu nesta segunda-feira (7) Riham Dawabcheh, a mãe do bebê Ali, de um ano e meio, ambos vítimas de um incêndio de origem criminosa de sua casa na Cisjordânia, atribuído a extremistas judeus. A jovem professora de 26 anos não resistiu aos ferimentos, após semanas internada. Além dela e o bebê, o marido também morreu no incidente, enquanto o segundo filho do casal, de quatro anos, continua internado.

Foto da casa incendiada da família Dawabcheh, na Cisjordânia, onde Ali, um bebê palestino de 18 meses, morreu queimado no último dia 31 de julho.
Foto da casa incendiada da família Dawabcheh, na Cisjordânia, onde Ali, um bebê palestino de 18 meses, morreu queimado no último dia 31 de julho. AFP PHOTO / THOMAS COEX
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Riham Dawabcheh, a mãe de Ali, um bebê palestino de 18 meses queimado vivo no incêndio criminoso, morreu em decorrência de seus ferimentos, na madrugada desta segunda-feira (horário local, noite de domingo no Brasil), informou o hospital israelense em que ela estava internada. Ela teve 80% de seu corpo ferido com queimaduras de terceiro grau.

Na madrugada de 31 de julho, a casa onde ela morava com o marido, Saad Dawabcheh, e os dois filhos, na cidade de Duma, teve os vidros quebrados e foi completamente destruída com bombas incendiárias lançadas enquanto a família dormia. Ali morreu na hora e Saad faleceu uma semana depois. O segundo filho do casal, Ahmed, de quatro anos, segue hospitalizado, mas dá sinais de melhora.

Funeral

O funeral de Riham acontecerá nesta segunda-feira em Duma. Os israelenses devem entregar o corpo da jovem às autoridades palestinas em um controle na entrada da Cisjordânia ocupada. De lá, os restos mortais serão levados até à cidade onde morava a família. No dia 8 de agosto, milhares de palestinos assistiram ao funeral de Saad.

Com a confirmação da morte de Riham, moradores se reuniram perto da casa da família e fizeram um apelo para "um dia de cólera" em todos os territórios palestinos. Na residência dos Dawabsheh, nas paredes pretas da fumaça, foram pichadas as palavras "vingança" e "preço a pagar", a assinatura habitual dos colonos e ativistas de extrema-direita israelenses.

Ato terrorista

No início de agosto, a Autoridade Palestina denunciou o ataque de Duma à Justiça internacional. Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou o ataque como "ato terrorista" e ordenou sanções a grupos extremistas judeus de extrema-direita que recorrem à violência.

Criticado pela oposição e por lideranças internacionais, que os acusam de favorecer com a impunidade os autores de ataques extremistas, Israel endureceu recentemente sua ação contra os ativistas judeus, com operações nos assentamentos e prisão preventiva para personalidades da militância contra os palestinos.

Dez ativistas de extrema-direita, suspeitos de estarem envolvidos em "ataques terroristas", incluindo o incêndio de Duma, se encontram em prisão domiciliar e outros três militantes, em prisão administrativa.

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