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China/Tianjin

Novas explosões e intoxicação ameaçam a população de Tianjin

Depois da descoberta de cianeto de sódio, substância altamente tóxica, no local das imensas explosões no porto de Tianjin, na última quarta-feira (12), o perímetro de segurança foi ampliado de um quilômetro pelas autoridades chinesas neste sábado (15). Sete novas explosões e mais incêndios foram registrados. O fogo é facilmente espalhado pelos fortes ventos do local, obrigando os habitantes de um raio de até 3 quilômetros do acidente a deixar suas casas. O balanço de vítimas aumentou hoje para 104 mortos.

Fumaça tóxica continuava a ser emanada neste sábado na região das violentas explosões na última quarta-feira (12), no porto de Tianjin, leste da China.
Fumaça tóxica continuava a ser emanada neste sábado na região das violentas explosões na última quarta-feira (12), no porto de Tianjin, leste da China. REUTERS/Stringer
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A correspondente da RFI no local, Delphine Sureau, relata que os incêndios se intensificaram nesta manhã na região das explosões, que voltaram a se repetir sete vezes na zona industrial de Tianjin, no leste da China. Três edifícios continuavam a queimar neste sábado, de onde uma espessa fumaça preta e vapores altamente tóxicos são emanados. De acordo com um militar entrevistado pelo jornal As Notícias de Pequim, a substância liberada é o cianeto de sódio, que pode ser letal, dependendo da quantidade absorvida.

A descoberta da substância levou as autoridades chinesas a aumentarem o perímetro de segurança em um quilômetro hoje. Todos os habitantes de um raio de três quilômetros de distância do foco das explosões nos depósitos de produtos químicos foram retirados de suas casas, em uma evacuação massiva. Os moradores da região, aliás, não escondem sua revolta face à demora das autoridades a divulgar informações.

Habitantes e familiares das vítimas acusam as autoridades de não divulgar a verdadeira dimensão da catástrofe que muitos testemunharam. A principal reclamação é sobre a demora do governo chinês em revelar que as explosões e os incêndios emanaram cianeto de sódio.

Nenhuma pista

Até o momento, nenhuma pista sobre a origem do acidente foi revelado pelo governo chinês. A catástrofe recorda o péssimo histórico da China em termos de segurança industrial, com normas que são ignoradas e subornos aos fiscais.

A jornalista francesa Delphine Sureau estava hospedada em um hotel dentro do raio de segurança que foi ampliado hoje. Ela contou como a evacuação foi realizada: "Os bombeiros distribuíram máscaras e pedem que as pessoas utilizem calças. Os habitantes que escaparam da explosão e que estavam alojados em uma escola da região foram enviados a outro abrigo. Tudo acontece dentro da calma", declarou.

85 mortos

Ao menos 104 pessoas morreram nas explosões que sacudiram o porto de Tianjin, segundo o último boletim publicado pela agência oficial de notícias Xinhua neste sábado. O boletim precedente informava 50 vítimas fatais. Entre os mortos, há 21 bombeiros que trabalharam no socorro às vítimas. Outras centenas de pessoas ficaram feridas nas explosões.

As autoridades chinesas ainda não puderam explicar a origem da catástrofe e afirmam que seguem investigando o incidente. Uma equipe de 217 militares especializados em armas nucleares, bacteriológicas e químicas iniciaram na quinta-feira (13) as operações de limpeza, segundo a Xinhua.

Em julho passado, 15 pessoas morreram e outras dez ficaram feridas na explosão ocorrida em um depósito clandestino de fogos na vizinha província de Hebei. Em agosto de 2014, uma explosão em uma fábrica de autopeças matou 146 pessoas em Xangai.

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