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Vaticano/Meio ambiente

Encíclica do Papa Francisco pede ações mais rápidas para proteger o planeta

Em uma encíclica inédita dedicada ao meio ambiente, a ser divulgada na próxima quinta-feira (18), o papa Francisco fará um apelo para que toda a humanidade, independentemente de crenças ou religiões, promova uma mudança de seu estilo de vida para salvar o planeta. O sumo pontífice também critica a postura dos países ricos em relação aos mais pobres.

Reuters/ Tony Gentile
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Para o Papa Francisco, o homem também é o grande responsável pelo aquecimento global. Deve haver um grande esforço para reduzir drasticamente as emissões de gazes que provocam o efeito estufa e de outros poluentes, sugere o sumo pontífice.

Essas afirmações deverão provocar reações negativas de alguns conservadores americanos que atribuem os problemas do clima a fenômenos naturais. O papa Francisco, que irá visitar os Estados Unidos em setembro, se junta à maioria dos especialistas afirmando que as duas causas estão ligadas: a natural e a humana.

Conteúdo vazado

A aguardada encíclica intitulada "Laudato si" ("Louvado seja"), que será publicada oficialmente na quinta-feira, foi revelada hoje (16) pelo jornal italiano Espresso, que divulgou trechos de um rascunho do documento.

Foi a primeira vez que o conteúdo de uma encíclica é divulgado pela imprensa antes de sua publicação oficial. O vazamento irritou profundamente o Vaticano que decidiu excluir o autor da reportagem por um período indeterminado. Muitos consideram que o "furo" de reportagem pode ser atribuído às tensões internas da Cúria romana, que está sendo reformada pelo papa.

Segundo a revista jesuíta Civilta Cattolica, cujos textos são relidos pelo Vaticano, no documento oficial e definitivo, o papa vai fazer um apelo para que "os líderes assumam suas responsabilidades com as futuras gerações".

Críticas aos países mais ricos

No dia 12 de maio, o papa já havia alertado "os poderosos" que eles serão "julgados por Deus" se não respeitarem o meio ambiente. No último domingo, Francisco já havia anunciado que sua encíclica "para defender o lar comum" será "destinada a todos" e não apenas aos 1,2 bilhão de católicos no mundo.

Segundo fontes que tiveram acesso ao documento oficial, a encíclica não traz uma lista de soluções, mas oferece uma "visão global" da ecologia. O texto afirma que as causas, sendo inicialmente humanas, devem ser controladas com mais eficiência: "Há muitas evidências científicas que fatores humanos provocam danos e não apenas à própria natureza, mas também à vida, principalmente dos mais pobres. Isso exige novos modos de produção, de distribuição e de consumo".

O papa também denuncia a "fraqueza da reação política internacional" em relação à crise ecológica e "a submissão da política à tecnologia e às finanças". O sumo pontífice refuta a ideia de que o desenvolvimento tecnológico irá resolver os problemas relacionados ao aquecimento climático.

Francisco também deverá ressaltar a "dívida ecológica" que as nações ricas do norte têm em relação aos países do sul. Ele irá ressaltar que os habitantes dos países pobres e em desenvolvimento, que vivem em locais onde os recursos naturais são mais importantes, continuam a alimentar os mais ricos.

O documento também estipula que, para o papa, a crise atual é derivada de uma crise "ética, cultural e espiritual da modernidade". Para combater a desigualdade e os problemas, Francisco defende uma "ecologia integral", que seja ao mesmo tempo humana e social.

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