Libéria realiza primeiros testes de vacina contra ebola

Os primeiros testes em grande escala com duas vacinas contra o vírus ebola começaram nesta segunda-feira (2) na Libéria. O país africano é um dos mais atingidos pela epidemia e as vacinas são consideradas as maiores promessas de combate à doença.  

Amostra de vacina contra ebola. REUTERS/Steve Parsons/Pool

As duas vacinas que começam a ser testadas em grande escala são produzidas pelo laboratório britânico GSK, em parceria com o Instituto Americano de Alergias e Doenças Infecciosas e pelo laboratório americano Merck que trabalha com a empresa americana NewLink Genetics. “As duas se mostraram eficazes na prevenção do ebola em animais e foram consideradas seguras para testes em humanos”, diz comunicado do Prevail, órgão para a pesquisa de vacinas da Libéria.

“O projeto começa no hospital Redemption em Monróvia [capital]. Outros locais serão adicionados após os 600 primeiros testes”, diz o texto. Uma cerimônia inaugural do projeto foi realizada ontem com testes realizados na presença do vice-presidente do país, Joseph Boaikai. “Espero que esse projeto científico traga uma resposta para o mistério que cerca essa doença”, afirmou o vice-presidente.

Jeremy Farrar, diretor do Wellcome Trust, organismo britânico que financia as peqsuisas contra o ebola, se mostra otimista. “Para mim, é fantástico que os primeiros testes em grande escala aconteçam na Libéria, o país que mais sofreu com a epidemia”.

Os cientistas ambicionam testar as vacinas em 27 mil pessoas com mais de 18 anos e com boas condições físicas. O Prevail alerta, porém, que os pacientes podem sofrer com dores, inflamações, febre, dor de cabeça e cansaço, mas esses efeitos colaterais “são considerados leves e desaparecem espontaneamente”.