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Ucrânia/ crise

Separatistas pró-russos invadem prédios públicos na Ucrânia

Centenas de separatistas pró-russos tomaram nesta terça (29) o controle de vários prédios públicos em Lugansk, no leste da Ucrânia. Cerca de mil homens cercaram a delegacia de polícia da cidade e pelo menos 30 entraram, fortemente armados, no imóvel. O governo de Kiev acusou a polícia do leste de “incompetência e, às vezes, até traição”.

Homens armados cercaram delegacia e e depois invadiram o prédio em Lugansk.
Homens armados cercaram delegacia e e depois invadiram o prédio em Lugansk. REUTERS/Vasily Fedosenko
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Os manifestantes chegaram às centenas diante da delegacia e forçaram os portões de entrada do local, jogando pedras contra as janelas. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral, mas não impediu que invadissem o estabelecimento.

Muitos invasores usavam uniformes militares e portavam kalachnikovs. Outros prédios públicos da cidade, como os da administração regional, o Ministério Público e a televisão local também foram tomados pelos pró-russos.

O presidente ucraniano interino, Olexandre Turtchinov, ordenou a demissão dos chefes de polícia de Lugansk e também de Donetsk, outro reduto tomado pelos separatistas. Segundo o presidente, os agentes não cumpriram a missão de defender as cidades.

Polícia não cumpre mais ordens

“Na sua imensa maioria, os serviços de manutenção da ordem no leste são incapazes de fazer o seu dever e proteger os cidadãos”, argumentou Turtchinov. “Os últimos acontecimentos no leste mostraram a falta de ação, a impotência e, às vezes, a traição criminosa das forças de ordem nas regiões de Donetsk e Lugansk”, declarou, em um comunicado.

Segundo o governo, os policiais de várias localidades do leste não atendem mais às ordens de Kiev. “As autoridades regionais não controlam mais as forças de polícia. A polícia local não faz nada”, explicou Stanislav Retchinski, conselheiro do ministro do Interior, Arsene Avako.

Imagens exibidas pelas câmeras de segurança mostram homens encapuzados e armados controlando a entrada da sede da administração regional, em Lugansk. Centenas de outros se encontravam do lado de fora. Até hoje, os milicianos pró-russos ocupavam apenas prédios dos serviços de segurança da cidade.

Reunião sobre o gás

A Comissão Europeia anunciou hoje que as autoridades da União Europeia (UE), Rússia e Ucrânia se reunirão na próxima sexta-feira em Varsóvia (Polônia) para debater o fornecimento de gás russo aos países do bloco e ao território ucraniano. A reunião entre o comissário europeu de Energia, Gunther Oettinger, e os ministros da Energia da Rússia, Alexander Novak, e da Ucrânia, Yuri Prodan, é um "passo construtivo ante a crise" ucraniana, afirmou a porta-voz da comissão, Pia Ahrendkilde Hansen.

O encontro havia sido proposto no início de abril pelo presidente russo, Vladimir Putin. O anúncio aconteceu um dia depois de a UE ter adicionado 15 nomes à lista de personalidades russas e ucranianas submetidas a sanções por "ameaça à integridade territorial" da Ucrânia.

O desafio é o de garantir a entrega do gás russo, que transita pela Ucrânia, país do qual Moscou ameaça cortar o fornecimento se não pagar as dívidas energéticas. Putin deu a Kiev um mês para solucionar a divergência com Moscou. Caso não atenda a demanda, a Rússia passaria a um sistema pré-pago para a entrega do gás.

Através da Ucrânia transitam 65 bilhões dos 133 bilhões de metros cúbicos de gás que a UE compra da Rússia e que cobrem 25% do consumo total comunitário, segundo dados da comissão, relativos a 2013.

Sanções são “contrárias ao bom senso”.

Em Havana (Cuba), onde realiza visita oficial, o chanceler russo, Serguei Lavrov, se pronunciou nesta terça sobre as novas sanções contra Moscou, anunciadas pelos Estados Unidos e a União Europeia. “Nós rejeitamos quaisquer que sejam as sanções, e em especial as adotadas pelos Estados Unidos e a União Europeia, contrárias ao bom senso”, afirmou, após se reunir com o ministro cubano Bruno Rodríguez. “Nós defendemos uma solução o mais rápido possível para essa crise, graças a um diálogo nacional que leve em consideração as opiniões de todas as regiões do país. É a única via possível”, destacou.
 

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