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Egito/ Constituição

Com 98% dos votos, referendo aprova nova Constituição no Egito

O referendo constitucional realizado no Egito na quarta-feira resultou na aprovação da nova Carta Magna. A comissão eleitoral anunciou que o "sim" venceu por 98,1%, com 38,6% de participação. O governo militar considera o resultado uma legitimação popular da derrubada do presidente islâmico Mohamed Mursi, em julho do ano passado.

Apoiadores do general Sissi comemoram aprovação da nova Carta Magna no Egito.
Apoiadores do general Sissi comemoram aprovação da nova Carta Magna no Egito. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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O governo provisório tinha anunciado que celebraria "uma vitória" se a participação fosse superior à do referendo constitucional de 2012, quando Mursi estava no poder. Segundo as Forças Armadas, essa "vitória" justificaria, nas urnas a destituição e detenção do primeiro presidente eleito de forma democrática no Egito. Na época de Mursi, o texto recolheu 32,9% dos votos.

O ex-presidente foi deposto por um golpe militar em 3 de julho, depois de reagir violentamente a protestos populares pedindo a sua saída do governo. Ele era acusado de querer implantar um islamismo radical no país.

O novo e popular homem poderoso do Egito, general Abdel Fattah al-Sissi, tinha vinculado seu destino ao sucesso do referendo, realizado na terça e na quarta-feiras. Ele disse que se candidataria à eleição presidencial de 2014 "se o povo pedir".

A consulta popular se transformou então em um plebiscito, em plena onda de repressão contra os partidários de Mursi, sobretudo a Irmandade Muçulmana. Sissi foi um dos principais articuladores da deposição de Mursi do poder.

Campanha desigual

Os membros da confraria islamista, da qual ex-presidente faz parte, tinham pedido o boicote do referendo. Desta forma, nenhuma campanha em favor do “não” foi realizada.

O diretor da organização Human Rights Watch, Kenneth Roth, afirmou, via twitter, que “98% de ‘sim’ é a prova de uma campanha enganosa”.

A nova Constituição remove os termos islâmicos da Carta aprovada um ano atrás, quando Mursi ainda estava no poder. Além disso, fortalece os órgãos do Estado que o desafiaram: o Exército, a polícia e o Judiciário.
 

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