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Egito/eleições

Referendo sobre Constituição no Egito tem forte participação de mulheres

Os egípcios voltam às urnas nesta quarta-feira (15), segundo e último dia de referendo sobre a nova Constituição do país. A votação convocada pelo general al-Sissi, chefe das Forças Armadas que substituiu o presidente deposto Mohamed Mursi, tornou-se um plebiscito do regime militar. O primeiro dia de votação foi marcado pela violência e também pela forte mobilização das mulheres.

Segundo dia de referendo no Egito sobre a Constituição conta com a presença em massa das mulheres.
Segundo dia de referendo no Egito sobre a Constituição conta com a presença em massa das mulheres. REUTERS/Mohamed Abd El Ghany
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As redes sociais foram invadidas durante o dia por imagens de muitas mulheres festejando e dançando nas ruas perto dos locais de votação. Em um dos vídeos (ver abaixo), uma delas dança, com véu islâmico na cabeça, a dança do ventre na rua e é bastante aplaudida.

As eleitoras comparecem em massa para votar "sim" à nova Constituição para o Egito, que garante uma maior igualdade de direitos em relação aos homens.  Essa presença massiva é vista como uma “vingança” contra a Irmandade Muçulmana, que havia suprimido vários desses direitos na Carta Magna anterior, adotada sob a presidência de Mursi.

 

 

Nas urnas, a maioria dos eleitores deposita o “sim” porque os partidários do “não” decidiram boicotar a consulta popular.

Revisão

A Constituição, revista a pedido dos militares, também reforça a autonomia do já poderoso Exército egípcio e restringe a formação de partidos políticos religiosos – numa ação clara contra a Irmandade Muçulmana, que pediu o boicote à esta votação.

Analistas consideram esse referendo uma espécie de “termômetro” para medir a popularidade do chefe das Forças Armadas, Abdel Fatah al-Sissi. O general comandará o país até as eleições marcadas para o ano que vem, mas já disse que poderá se candidatar oficialmente ao cargo.

Sua decisão depende, em grande parte, da aprovação da nova Constituição que poderá ser vista também como uma grande demonstração do apoio da população à sua candidatura.

O início da votação, na terça-feira, começou violento com uma bomba lançada antes mesmo da abertura das urnas contra um tribunal do Cairo. O ataque provocou estragos na fachada do prédio, mas sem deixar vítimas.

Durante o dia, confrontos foram registrados entre policiais e partidários da Irmandade Muçulmana, que bloqueavam o acesso às urnas em Guizeh, ao sul da capital. Em Sohag, onde membros da confraria atiraram contra eleitores, quatro pessoas morreram. No total, a violência deixou 9 mortos.

O último balanço feito pelas autoridades egípcias também indica que mais de 250 pessoas foram detidas, em sua maioria partidários da Irmandade Muçulmana.
 

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