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Síria/ONU

Conselho de Segurança da ONU adota resolução sobre a Síria

Depois de semanas de negociações, o Conselho de Segurança da ONU adotou nesta sexta-feira de madrugada a primeira resolução sobre a Síria, que obriga o regime de Bashar al-Assad a destruir seu arsenal de armas químicas no prazo de um ano. Uma nova conferência pela paz no país também deverá ser organizada em novembro em Genebra para relançar a transição política no país.

O presidente da Coalizão Nacional Síria Ahmed Jarba e o chanceler francês Laurent Fabius
O presidente da Coalizão Nacional Síria Ahmed Jarba e o chanceler francês Laurent Fabius REUTERS/Carlo Allegri
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"Nesta noite, a comunidade internacional cumpriu sua missão", disse o secretário-geral da ONU Ban Ki Moon após a adoção, por unanimidade, da resolução que evitou uma intervenção militar dos Estados Unidos e aliados.

"Este é o primeiro sinal de esperança na Síria depois de um longo tempo", acrescentou. Para o chanceler francês Laurent Fabius, "o Conselho de Segurança finalmente mereceu esse nome."  Ele lembrou o governo sírio deverá ser cooperativo, e a transparência "total."

Ontem o presidente Barack Obama declarou que ainda existem dúvidas sobre a "sinceridade" do governo sírio, mas a resolução prevê sanções em caso de desrespeito às cláusulas do documento.

Uma delas é um eventual recurso à força, mas que necessitaria de uma nova votação, e do apoio da Rússia e da China, aliados de Damasco e membros permanentes do Conselho.

O chanceler russo Serguei Lavrov declarou que, para utilizar essa prerrogativa, seria necessário provar com "100% de certeza" a desobediência de Damasco. Neste caso, explicou, as sanções deveriam ser "proporcionais às violações." Moscou já havia bloqueado três resoluções precedentes para proteger o regime sírio.

O voto da resolução foi possível graças a um acordo entre Rússia e Estados Unidos assinado em 14 de setembro em Genebra, propondo o desmantelamento do arsenal de armas químicas do regime sírio, acusado de lançar gás sarin contra a população em 21 de agosto, na periferia de Damasco. O ataque teria deixado mais de 1500 mortos.

O secretário da ONU Ban Ki Moon também anunciou nesta sexta-feira a intenção de organizar uma nova Conferência de Paz sobre a Síria em novembro. O objetivo é relançar as negociações entre o regime e a oposição e obter um acordo para desbloquear o processo político.

A resolução prevê um governo transitório formado por representantes de ambas as partes, proposta que vem sendo recusada pelos opositores.

Ontem o presidente da Coalizão Nacional Síria Ahmad Jarba se disse relativamente satisfeito com a adoção do texto, mas ressaltou que os opositores esperavam um documento "mais claro."

Paralelamente, o Conselho Executivo da Organização para a proibição das armas químicas validou ontem um cronograma sobre a destruição do arsenal químico sírio. Os locais onde as armas estão armazenadas serão inspecionados já na semana que vem.

 

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