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Irã/Novo presidente

Hassan Rohani presta juramento como presidente do Irã e define cúpula do governo

O novo presidente iraniano, Hassan Rohani, prestou juramento neste domingo diante do Parlamento, e mandou um recado às potências ocidentais: a única maneira de se comunicar com o Irã é dialogando e não por meio de sanções. Durante sua posse oficial no sábado, o religioso moderado de 64 anos prometeu trabalhar para acabar com as sanções "injustas" impostas pelo ocidente em razão do polêmico programa nuclear de Teerã. De acordo com ele, elas paralizam a economia do país.

Rohani concede entrevista coletiva para imprensa neste sábado, 3 de agosto
Rohani concede entrevista coletiva para imprensa neste sábado, 3 de agosto REUTERS
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O sétimo presidente da República também apresentou neste domingo a lista com os principais nomes que comporão seu governo. A maioria é de tecnocratas que integraram as equipes dos ex-presidentes moderados Akbar Hachemi Rafsandjani (1989-1997) e Mohammad Khatami (1997-2005).

O ministro das Relações Exteriores será Mohammad Javad Zarif, que foi embaixador do Irã na ONU entre 2002-2007 e um dos principais negociadores sobre o programa nuclear do país. Para a pasta do Petróleo, o novo presidente escolheu Bijan Namdar Zanganeh, que traz no currículo uma série de acordos de sucesso com outros parceiros do país na Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). O titular do Comércio e da Indústria será Mohammad Nahavandian. Doutor em economia pela universidade George Washington (EUA), ele se encarregará das decisões macroeconômicas.

"Não podemos fazer o povo iraniano ceder (de seu direito à teconologia nuclear) pelas sanções e ameaças de guerra", disse Rohani, durante o discurso diante do Parlamento. "A única solução para conversar com o Irã é dialogar em pé de igualdade, para diminuir as hostilidades. Se vocês querem uma resposta apropriada, não utilizam a linguagem das sanções, mas do respeito", insistiu.

Rohani garantiu ainda que seu país jamais procurou a guerra com o resto do mundo, em alusão ao medo exprimido por Israel que o Irã utilize a bomba atômica contra o Estado judeu. Por fim, ele buscou tranquilizar as monarquias árabes do Golfo Pérsico que acusam Teerã de ingerência em seus assuntos internos. "O Irã procura a paz e a estabilidade na região e se opõe a qualquer mudança de regimes políticos ou fronteiras pela força ou por intervenções estrangeiras", disse.

A Casa Branca reagiu afirmando que os Estados Unidos terão boa vontade e parceria com o programa nuclear iraniano, se o país "optar por se comprometer de maneira séria e substancial a respeitar suas obrigações internacionais". Israel e as potências ocidentais desconfiam que, por trás de seu programa pacífico, Teerã esteja procurando fabricar a bomba nuclear. A república islâmica desmente categoricamente esta afirmação.

Pela primeira vez na história do país, dirigentes estrangeiros foram convidados para a cerimônia, entre eles, dez presidentes da região. Além deles, quem assistiu à cerimônia foi o ex-chefe da diplomacia europeia Javier Solana que, em 2003, participou das negociações nucleares com o Irã. Em entrevista ao jornal local Shargh, Solana disse que é "possível" chegar a um acordo sobre essa questão com Rohani, que ele classificou como um político "lúcido e visionário".

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