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Japão/ Fukushima

Altos níveis de radioatividade são verificados em água de Fukushima

Altos níveis de uma substância radioativa extremamente tóxica chamada estrôncio-90 foram encontrados nas águas subterrâneas na devastada usina nuclear de Fukushima, no Japão, disse nesta quarta-feira a empresa que administra o local. O estrôncio-90 é um subproduto da fissão do urânio e plutônio em reatores e armas nucleares, de acordo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

A usina nuclear de Fukushima.
A usina nuclear de Fukushima. REUTERS/Yves Herman
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A descoberta de níveis crescentes do material radioativo pode complicar os esforços da concessionária Tokyo Electric Power para obter aprovação para lançar o que chama de água contaminada com baixos níveis de radiação no oceano Pacífico, na falta de um local adequado para estoca-la. "Esta água contaminada não deve ser liberada no oceano", disse Michiaki Furukawa, um químico nuclear e professor emérito da Universidade de Nagoya. "Eles têm de mantê-la em algum lugar de modo que não possa escapar para fora da usina."

Altos níveis de trítio, uma substância menos nociva, também foram encontrados na água subterrânea da usina à beira-mar, que entrou em colapso após um terremoto e um tsunami há dois anos. A Tepco não crê que o estrôncio-90 encontrado nos testes em águas subterrâneas tenha vazado para o oceano, disse Toshihiko Fukuda, gerente-geral da Tepco, em entrevista coletiva.

Foram detectados pelo menos 500.000 becquerels de trítio por litro e 1.000 becquerels de Estrôncio 90 por litro nas mostras extraídas perto do edifício onde fica a turbina do reator Nº2 do complexo. O nível de trítio detectado, equivalente a 500 becquerels por centímetro cúbico (500 bcq/cc), é oito vezes superior ao limite legal fixado para a água marinha e o de Estrôncio 90 (1bc/cc) trinta vezes superior.

"Existe a probabilidade de que estes níveis sejam provocados por um vazamento anterior", explicou a Tepco. "Vamos manter os controles e tomaremos as medidas necessárias para evitar que a água contaminada chegue ao mar", completou a empresa.

A empresa tem revisado constantemente os anúncios sobre os níveis de radiação e outros problemas na usina desde o desastre. Explosões que abalaram a usina no auge da crise descarregaram grandes quantidades de material radioativo para a atmosfera e o áreas adjacentes de terra e mar.

Esta quarta-feira também foi o dia de as autoridades do setor nuclear japonês validarem as novas regras de segurança para vigorarem nas centrais nucleares do país. As normas precisam ser aprovadas no conselho de ministros, provavelmente na sexta-feira, e devem entrar em vigor em 8 de julho. As regras já haviam sido anunciadas em abril, e são fruto de nove meses de estudos sobre o assunto.
 

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