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Síria/oposição

Líder da oposição síria se demite do cargo e grupo da Coalizão não reconhece primeiro-ministro

O líder da oposição síria, Ahmed Moaz al-Khatib, anunciou domingo sua demissão e o Exército Livre da Síria, principal movimento da Coalizão que luta contra o regime de Damasco, não reconhece a legitimidade do primeiro-ministro eleito, Ghassan Hitto. As decisões demonstram as dificuldades dos opositores de se unir para derrubar o regime de Bashar Al-Assad.

Mouaz al-Khatib, durante reunião da Coalizão síria, em Istambul, no dia 18 de março de 2013.
Mouaz al-Khatib, durante reunião da Coalizão síria, em Istambul, no dia 18 de março de 2013. Reuters
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Chefe da Coalizão desde o mês de novembro, al-Khatib anunciou sua demissão para poder trabalhar com uma liberdade que ele não tinha ao participar de uma instituição oficial. “Durante esses dois últimos anos, nós fomos estrangulados por um regime de uma brutalidade sem precedentes, enquanto o mundo nos observava.

Todas as destruições das infraestruturas, a detenção de milhares de pessoas, o exílio forçado de centenas de outras pessoas (... )não foram suficientes para que a comunidade internacional tomasse uma decisão para permitir ao povo de se defender”, escreveu al-Khatib em sua página no Facebook.

“Nossa mensagem à todos é a de que o povo sírio vai tomar a decisão. Fiz uma promessa ao nosso povo que eu pediria demissão se uma linha vermelha fosse transpassada. Hoje, eu cumpro essa promessa”, disse al-Khatib.

De acordo com uma pessoa próxima de al-Khatib, sua demissão é uma resposta ao “silêncio da comunidade internacional. Ela olha os sírios se matarem entre si sem assumir nenhuma responsabilidade.”

Na sexta-feira os países europeus não chegaram a um acordo sobre o envio de armas aos rebeldes, como defendido por Londres e Paris. A comunidade internacional sempre se mostrou dividida sobre a pressã a ser exercida sobre o regime sírio. Muitos países ocidentais insistem na saída de Bashar al-Assad enquanto a Rússia, aliada de Damasco, recusar qualquer negociação que exija a saída do presidente do cargo.

A oposição síria também sempre foi alvo de críticas pelas dificuldades de se unir para derrubar o regime. Segundo opositores, al-Khatib decidiu há vários dias pedir sua demissão por não concordar com a escolha de Ghassan Hitto como primeiro-ministro provisório de um governo paralelo para administrar as regiões sírias tomadas por rebeldes.

Hitto foi eleito em Istambul durante uma votação da Coalizão síria por 35 votos de um total de 49. Neste domingo ele visitou a província de Alepo, no norte, controlada em boa parte pelos opositores ao regime.

Neste domingo, o Exército Livre da Síria, principal componente da Coalizão, anunciou que não aceita a nomeação do novo primeiro-ministro. Um dos responsáveis do grupo disse que não reconhecia Ghassan Hitto como primeiro-ministro porque ele não havia sido eleito por unanimidade.
 

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