China tenta tranquilizar população após morte por gripe aviária

O governo da China pediu hoje que a população não entre em pânico, após o anúncio da primeira vítima fatal de gripe aviária em 18 meses. As autoridades sanitárias garantiram nesta segunda-feira que o vírus H5N1 não se transmite entre os seres humanos.

Frango é testado para a gripe aviária num criação de aves em Pequim, em 2004. AFP PHOTO

"O vírus descoberto no paciente tem 90% de semelhança com o vírus H5N1 detectado anteriormente em patos na China, o que leva a pensar que a vítima foi contaminada após ter tido um contato direto com um volátil", indicou em um comunicado o centro de Shenzhen para o controle e a prevenção de doenças.

"O vírus ainda não é transmissível entre seres humanos", acrescenta o texto. As autoridades sanitárias pedem que a população não entre em pânico.

Segundo a imprensa oficial, um motorista de ônibus de Shenzhen morreu no último sábado em decorrência da gripe aviária. O doente de 39 anos, que apresentava os sintomas de uma pneumonia grave, havia sido hospitalizado no dia 25 de dezembro. Ele esteve em contato com 120 pessoas que não apresentam nenhum sintoma.

Há dez dias, 17 mil frangos foram sacrificados em uma empresa onde a presença do vírus H5N1 havia sido detectada em Hong Kong, cidade vizinha de Shenzhen. As autoridades locais suspenderam por 21 dias o comércio de frangos vivos, assim como a importação deles da China continental.

O tipo H5N1 do vírus da gripe aviária contamina as aves, mas pode também afetar os seres humanos. Ele é mortal para o homem em cerca de 60% dos casos.

Até agora as contaminações foram realizadas de um animal para o homem, mas os cientistas temem que uma mutação permita contaminações entre seres humanos, o que provocaria uma epidemia catastrófica.

A China é considerada um país de alto risco porque possui o maior número de aves no mundo e porque a população rural vive frequentemente muito próxima desses animais.