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Irã/Nuclear

Agência de Energia Atômica propõe envio de missão ao Irã

O programa nuclear iraniano e seu viés militar está no centro dos debates de uma importante reunião que a Agência Internacional de Energia Atômica inicia nesta quinta-feira, 17, em Viena. Os 35 governadores da agência se reúnem a portas fechadas para aparar as arestas entre os países ocidentais, a Rússia e a China, que são contra novas sanções contra o Irã, suspeito de usar um programa para fins civis para fabricar um arsenal nuclear.

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Yukiya Amano, participa de encontro com governadores em Viena.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica, Yukiya Amano, participa de encontro com governadores em Viena. REUTERS/Herwig Prammer
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O diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano, disse ter proposto o envio de uma missão ao Irã para esclarecer os aspectos de um relatório que sugere uma dimensão militar do programa nuclear do país.

"Escrevi ao vice-presidente Fereydoun Abbassi no dia 2 de novembro para propor o envio de uma equipe de especialista de alto nível para esclarecer pontos inscritos no anexo do último relatório sobre o Irã”, disse Amano em um discurso diante do Conselho de Governadores da AIEA.

"É fundamental que a missão responda às perguntas evocadas em meu relatório”, acrescentou, apelando para as autoridades iranianas se comprometerem “ sem demora” com a Agência para prestar esclarecimentos sobre a possível dimensão militar do programa nuclear do país.

"Se o Irã não promover a cooperação necessária, a Agência não poderá oferecer uma garantia crível em relação à ausência de material e atividades nucleares não declaradas no Irã, e então, concluir que todos os materiais nucleares no Irã serão utilizados para fins pacíficos”, insistiu o diretor-geral.

Sem concluir que o Irã é capaz ou estaria preparado para produzir a bomba atômica, a AIEA apresentou no seu relatório uma série de elementos com “credibilidade”, recolhidos por conta própria ou através de seus estados-membros, indicando que o país examinou o desenvolvimento de armas nucleares

As autoridades de Teerã rejeitaram as acusações e acusaram a AIEA de se deixar influenciar pelos Estados Unidos. “É meu dever de dividir informações importantes que foram rigorosamente verificadas pela Agência e pelos estados-membros e foi o que fiz no meu último relatório”, afirmou o diretor-geral.

Na quarta-feira o chefe da diplomacia iraniana, Ali Akbar Salehi, prometeu que seu país responderia com argumentos sólidos à Agência.

Para os países ocidentais, o relatório representa uma "mudança" em relação às investigações sobre o Irã, iniciada há 8 anos, e uma ocasião para aumentar a pressão sobre o regime de Teerã para que ele coopere mais. O documento também avaliza a disposição de ampliar as sanções sobre o país. Fontes diplomáticas tentavam nesta quinta-feira finalizar um acordo para adotar uma nova resolução visando o Irã.

Israel

O ministro da defesa israelense, Ehud Barak, afirmou não ter muita esperança de ver o mundo aplicar sanções duras contra o Irã, apesar das suspeitas de que o regime islâmico iraniano esteja bem avançado em seu projeto de fabricação da bomba atômica, como ficou constatado no último relatório da AIEA.

“Não sou muito otimista, há dificuldades de mobilização, por isso nos esforçamos para convencer os líderes  estrangeiros a impor sanções firmes e concretas para frear o Irã”, disse Barak à rádio pública israelense antes do início da reunião da AIEA.

Segundo o ministro, o programa israelense não visa somente Israel mas o mundo inteiro. "Hoje há uma reunião importante da AIEA em Viena e não devemos aparecer como um país ‘chorão’, que tem medo, mas para afirma que o Irã lançou um desafio para o mundo inteiro. É preciso que o mundo acorde", desafiou.
 

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