Fundador do WikiLeaks denuncia complô dos EUA
Em liberdade condicional, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, disse em entrevista coletiva que ele e seu site estão sendo vítimas de uma "investigação ilegal e agressiva" por parte dos Estados Unidos.
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Por Fernanda Nidecker, correspondente da RFI em Londres
Nesta sexta-feira, em coletiva de imprensa em frente à casa onde esta hospedado em Norfolk, no leste da Grã-Bretanha, o australiano de 39 anos disse que suspeita que autoridades dos Estados Unidos estejam preparando seu processo de extradição para o território americano, onde ele enfrentaria acusações de espionagem.
Consultado pela imprensa britânica, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos disse apenas que há uma investigação em andamento sobre o WikiLeaks, sem fornecer mais detalhes.
Ainda nesta sexta-feira, Assange disse que sua libertação vai acelerar o trabalho do site WikiLeaks, que vem divulgando centenas de mensagens secretas envolvendo a diplomacia norte-americana.
O australiano também reforçou que não tem ligações com o oficial do exército americano Bradley Manning, que vem sendo apontado como a fonte que teria vazado para o WikiLeaks cerca de duzentas e cinquenta mil correnspondências entre diplomatas espalhados pelo mundo.
Julian Assange vai aguardar em liberdade a próxima audiência do processo de extradição para a Suécia, marcada para o dia 11 de janeiro de 2011. Ele está com o passaporte apreendido e tem que usar uma pulseira eletrônica por onde é monitorado. Assange só pode deixar seu endereço em determinadas horas do dia e tem que se apresentar na delegacia diariamente.
Na quinta-feira, Assange foi solto sob fiança de 240 mil libras, cerca de R$ 640 mil, após passar nove dias preso em Londres. Ele é acusado de crimes sexuais na Suécia, os quais ele nega e classifica como parte de uma campanha de difamação.
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