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Afeganistão

Karzai admite receber "sacos de dinheiro" do Irã

O presidente afegão, Hamid Karzai, admitiu nesta segunda-feira que seu governo recebe "sacos de dinheiro" do Irã, mas garantiu que se trata de uma ajuda oficial e "transparente". A ajuda financeira de Teerã, que tenta ampliar sua influência sobre o governo afegão, foi relatada pelo jornal The New York Times.

O presidente afegão, Hamid Karzai, disse que os Estados Unidos foram informados sobre a ajuda financeira iraniana.
O presidente afegão, Hamid Karzai, disse que os Estados Unidos foram informados sobre a ajuda financeira iraniana. Reuters / Ahmad Masood
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O presidente afegão, Hamid Karzai, admitiu nesta segunda-feira que seu governo recebe "sacos de dinheiro" do Irã, mas garantiu que se trata de uma ajuda oficial e "transparente". Karzai afirmou que o governo iraniano envia essa ajuda financeira em dinheiro uma ou duas vezes por ano. O valor varia entre 500 e 700 mil euros, ou seja, entre 1,2 e 1,7 milhão de reais. O presidente afegão acrescentou que vários países enviam ajuda em dinheiro líquido ao Afeganistão e que ele já havia informado o governo norte-americano sobre isso.

A entrevista de Hamid Karzai foi uma resposta a uma notícia publicada pelo The New York Times. O jornal norte-americano afirmou que o chefe de gabinete do presidente Karzai havia recebido milhares de dólares em contribuições que serviam para alimentar um fundo secreto. Esse caixa dois seria usado para garantir a lealdade de deputados, chefes tribais e até mesmo responsáveis talibãs. Citando autoridades de Cabul, o jornal acrescenta que o Irã estaria usando sua influência no país para provocar discórdia entre os afegãos e seus aliados ocidentais.

Na manhã desta segunda-feira, a embaixada iraniana em Cabul desmentiu as afirmações do The New York Times, qualificadas de insultantes e ridículas.

Pior ano da OTAN em nove anos de guerra

O conflito no Afeganistão faz cada vez mais vítimas entre as tropas ocidentais. A média de soldados estrangeiros mortos no país em 2010 é de dois por dia. No total, desde o início das operações militares, 2.170 soldados da coalizão internacional foram mortos em combates em solo afegão. A maioria é de soldados americanos: 1.348. As tropas dos Estados Unidos representam dois terços dos 150 mil militares presentes no país.

Os civis continuam sendo as principais vítimas fatais do conflito. Segundo a ONU, 2.400 pessoas morreram no ano passado, um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Alguns países já anunciaram a retirada de suas tropas como a Holanda, em agosto passado. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou que em julho de 2011 começa a retirada das tropas americanas. A intenção da OTAN é de transferir gradualmente para as forças de segurança afegãs até 2014 o comando das operações contra os insurgentes talibãs.

Muitos especialistas duvidam da capacidade do Afeganistão em arcar com esse desafio. O presidente Hamid Karzai criou uma instância de mediação entre o governo e os opositores, incluindo os talibãs. Segundo a OTAN , alguns encontros preliminares já ocorreram. Mas, oficialmente, os talibãs recusam qualquer diálogo enquanto as forças internacionais estiverem presentes no Afeganistão.

Jornalistas franceses completam 300 dias como reféns dos talibãs

Hoje faz 300 dias que os jornalistas franceses Hervé Ghesquière e Stéphane Taponier estão detidos em cativeiro no Afeganistão. Eles foram sequestrados quando faziam uma reportagem para o canal France 3. Um concerto gratuito com alguns dos principais nomes da cena musical francesa será realizado esta noite em Paris, em solidariedade com os dois jornalistas e seus três acompanhantes afegãos sequestrados pelos talibãs.

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