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Radar econômico

Comércio entre Brasil e Egito sai prejudicado após golpe

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A crise política no Egito também afeta os negócios do país e as transações comerciais com o Brasil podem ficar suspensas enquanto a situação não se normalizar. A maior parte do fluxo comercial entre os dois países é de exportações brasileiras de commodities para os egípcios.

Dilma Rousseff recebeu o presidente Mohamed Mursi em 8 de maio.
Dilma Rousseff recebeu o presidente Mohamed Mursi em 8 de maio. REUTERS/Ueslei Marcelino
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As relações econômicas entre os dois aumentaram nos últimos dois anos. O fluxo comercial bilateral cresceu 38% de 2011 a 2012, ano da queda do ex-ditador Hosni Mubarak. No ano passado, as trocas mantiveram-se estáveis, mas em 2013 a situação deve ser desfavorável, agora que o Exército depôs o presidente eleito Mohamed Mursi. Nos cinco primeiros meses do ano, já caíram 33%.

O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, José Augusto de Castro, nota que a tendência dos exportadores brasileiros é suspender as operações por enquanto, mesmo que isso resulte em prejuízos. “O exportador não quer vender porque não sabe se vai receber o dinheiro. Para o armador, o custo do seguro do transporte aumenta muito. Portanto todos preferem suspender as operações até que se tenha uma situação mais clara”, explicou.

Mursi havia visitado o Brasil em maio. Na ocasião, ele demonstrou interesse em ampliar as parcerias com o país. No segundo semestre, uma missão de empresários brasileiros, com o apoio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), iria para o Egito para discutir as oportunidades de negócios. Esta viagem foi, por enquanto, cancelada. “Diante desta situação, os preparativos podem continuar, mas não há data para a missão. O Egito é um mercado bom para o Brasil, que poderia ser mais explorado pelas empresas brasileiras”, observa o presidente do Conselho de Comércio Exterior da entidade, Rubens Barbosa.

O Egito é o segundo mercado brasileiro no mundo árabe, atrás da Arábia Saudita. Desde 2009, Egito e o Mercosul negociam a criação de uma área de livre comércio, porém a proposta está parada no Congresso brasileiro e também no Parlamento egípcio. O emissário do Brasil para o Oriente Médio, Turquia e Irã, embaixador Cesário Melantônio Neto, minimiza os impactos que a crise possa ter nas relações comerciais, porque os principais produtos de exportação são matérias-primas.

“Há um interesse até estrutural em que a parcerias continue. O Brasil é um grande parceiro na área de segurança alimentar do Egito”, avalia.

Para escutar a reportagem completa, clique em “ouvir,” acima.
 

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