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Egito/protestos

Militares abrem fogo e matam manifestantes pró-Mursi

O Exército egípcio dispersou com violência uma manifestação de partidários do presidente islâmico deposto Mohamed Mursi. Eles faziam um protesto pedindo a libertação do líder em frente ao quartel-sede da Guarda Republicana no Cairo. Os soldados atiraram contra os manifestantes, deixando 42 mortos.

Manifestantes pró-Mursi foram mortos pelas forças do exército na madrugada desta segunda-feira, 8 de julho de 2013.
Manifestantes pró-Mursi foram mortos pelas forças do exército na madrugada desta segunda-feira, 8 de julho de 2013. Reuters
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Em comunicado oficial, as Forças Armadas egípcias justificaram os tiros, afirmando ter reagido a um "ataque de um grupo terrorista às instalações da Guarda Republicana, que teria provocado a morte de um oficial e ferido 40 militares e policiais. O fato ocorreu durante a madrugada.

No domingo, na praça Tahir, uma multidão veio demonstrar seu apoio ao afastamento do presidente egípcio Mohamed Mursi neste domingo na praça Tahir. O objetivo é mostrar que o ex-presidente islâmico foi deposto pelos militares por uma revolução, e não um golpe militar. Partidários do presidente egípcio deposto Mohamed Mursi também voltaram a manifestar hoje diante do quartel onde ele estaria detido, e voltaram a desafiar as forças de segurança. Muitos também se aglomeraram perto da universidade da capital, gerando o temor de novos confrontos violentos.

As negociações para a nomeação de um novo primeiro-ministro, cargo que seria em princípio ocupado por Mohamed El Baradei continuam. A Irmandade Muçulmana havia convocado novas manifestações para este domingo, mas a mobilização enfraqueceu em comparação com os protestos desta sexta-feira, que deixaram pelo menos 37 mortos e mais de 1400 feridos. Mas a violência está crescendo no norte do Sinai, onde homens armados atacaram neste domingo pela manhã quatro guaritas de controle das forças de segurança em Cheikh Zoueïd, perto da fronteira de Gaza e de Israel. Um soldado morreu em um ataque na cidade de El-Arich.

O processo de transição lançado pelos militares, desde a queda de Mursi, se anuncia complicado. As negociações entre as diferentes forças políticas resultaram no anúncio precipitado da nomeação do prêmio Nobel da Paz de 2005, Mohamed ElBaradeï, ao cargo de primeiro-ministro. Mas o partido salafista Al Nour, que chegou em segundo lugar nas eleições legislativas atrás da Irmandade Muçulmana, se opôs à escolha.

Um dos líderes sunitas mais influentes do Egito, Youssef al Karadaoui, publicou neste sábado uma “fatwa” pedindo aos egípcios o apoio a Mohamed Mursi. O porta-voz do presidente interino Ali Mansour também declarou hoje que a Irmandade Muçulmana seria autorizada a participar das próximas eleições, ainda sem data. Os Estados Unidos e a Europa se disseram “preocupados” com a destituição de Mursi mas por enquanto não condenaram a tomada do poder pelas Forças Armadas.
 

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