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Egito/Golpe de estado

Confrontos de sexta-feira deixam ao menos 25 mortos no Egito

Milhares de apoiadores e opositores da Irmandade Muçulmana - partido do presidente deposto Mohamed Mursi - se mobilizaram nesta sexta-feira no Egito. Confrontos entre eles deixaram 25 mortos, 19 deles participavam de manifestações. As outras vítimas foram cinco policiais e um soldado, atacados por militantes islamitas que invadiram a prefeitura do Norte-Sinai e hastearam sua bandeira.

Cercado de pedras por todos os lados, manifestante pró-Mursi sinaliza para rivais no Cairo
Cercado de pedras por todos os lados, manifestante pró-Mursi sinaliza para rivais no Cairo REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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No Cairo, os confrontos entre grupos pró e contra Mursi começaram no início da noite, nas redondezas da praça Tahrir. Ouviu-se tiros e os dois lados atiraram pedras um contra o outro na ponte 6 de Outubro, próxima à praça que virou símbolo do movimento que depôs o ex-presidente Hosni Mubarak. O exército egípcio enviou veículos blindados para separar as facções, mas duas pessoas morreram.

Apesar da violência, o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badi, disse que "milhões" de partidários do ex-presidente continuarão mobilizados até que Mursi volte à presidência. "Já passamos por uma ditadura militar", discursou durante a tarde de sexta, "e não aceitaremos outra". Ele fez coro ao slogan que os manifestantes têm repetido nas ruas: "O golpe de estado militar não é válido". Enquanto ele falava, helicópteros militares voavam baixo sobre a multidão.

Durante a tarde, milhares de manifestantes partiram de uma mesquita em Nasr City, no Cairo, e gritaram "Mohamed Mursi é nosso presidente" até chegar à frente do quartel onde o ex-chefe de Estado está preso. Lá, tentaram pregar uma foto dele na cerca de arame farpado ao redor do prédio e houve confronto com soldados. Um porta-voz negou que as forças armadas tenham aberto fogo contra os manifestantes, mas confirmou uso de bombas de gás lacrimogênio e munição não letal. Mas quatro partidários de Mursi morreram, de acordo com a agência oficial Mena.

Em Alexandria, conflitos entre grupos favoráveis e contrários ao golpe causaram a morte de uma pessoa e ferimentos em 120. Outra pessoa morreu em Assiut (sul), num embate entre defensores de Mursi e forças de segurança.

Nesta sexta-feira, o presidente interino Adly Mansur lançou seu primeiro decreto, que dissolveu a câmara alta do Parlamento egípcio e apontou um novo chefe de comunicação para o governo. São decisões que podem aumentar ainda mais a violência, que causou quase 60 pessoas mortes em pouco mais de dez dias.

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