Para Anistia Internacional, falta de transparência sobre a ditadura no Brasil permanece
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A descoberta de milhares de documentos produzidos na época da ditadura militar no Brasil, que estavam fora do alcance do público, traz à tona o esforço que ainda é necessário para elucidar crimes, desvios e abusos dos anos de chumbo. Ministérios importantes como o da Fazenda, da Justiça e das Relações Exteriores mantinham os documentos guardados, apesar da Lei do Acesso à Informação ou da atuação da Comissão Nacional da Verdade.
Maurício Santoro, assessor de direitos humanos da organização Anistia Internacional, não se surpreende com a descoberta dos papéis e considera que o Brasil ainda está longe de atingir a transparência sobre os acontecimentos da ditadura.
Nesta terça-feira, começou em Buenos Aires o julgamento da chamada Operação Condor, um plano sistemático de sequestros, torturas e assassinatos que unificou as ditaduras de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia. Aton Fon Filho, diretor da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, teme que, no Brasil, a Comissão Nacional da Verdade, com duração prevista de dois anos, acabe não esclarecendo todos os segredos da ditadura.
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