Fusão de ministérios marca novo governo francês liderado por Attal
O novo governo francês foi anunciado nesta quinta-feira (11). Entre as principais surpresas, está a nomeação de Rachida Dati, uma ex-ministra do ex-presidente Nicolas Sarkozy, para a pasta da Cultura. Outra novidade é a fusão dos ministérios da Educação e dos Esportes.
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Dois dias depois da nomeação de Gabriel Attal como primeiro-ministro, os nomes da equipe do novo governo foram finalmente anunciados pelo secretário-geral da presidência, Alexis Kohler, no Palácio do Eliseu.
A fusão de ministérios importantes e a nomeação de ministros vindos da direita foram os principais pontos do anúncio.
Os ministros da Economia, Bruno Le Maire, do Interior Gérald Darmanin, da Justiça, Eric Dupond-Moretti, e da Defesa, Sébastien Lecornu, continuarão no cargo.
A grande surpresa foi a nomeação da ex-ministra da Justiça do governo de Nicolas Sarkozy, Rachida Dati, para a pasta da Cultura, em um claro aceno à direita. Em 2021, ela declarou que os membros do seu partido de direita, Os Republicanos, que decidissem integrar o governo ou o partido do presidente francês, Emmanuel Macron, eram "traidores".
A nomeação de Dati levou à exclusão da futura ministra de seu partido, Os Republicanos (LR). "Nós estamos na oposição. Lamentamos as consequências de sua escolha", declarou o presidente da legenda, Eric Ciotti, em comunicado. Outra representante da direita, Catherine Vautrin, será a encarregada dos Ministério do Trabalho e da Saúde, que também foram fusionados.
Dati teria aceito integrar o governo depois de selar um acordo com o partido de Macron para ser candidata à prefeitura de Paris na próxima eleição. Ela foi derrotada na última eleição pela socialista Anne Hidalgo, que se reelegeu.
Revolta dos professores
Amélie Oudéa-Castéra continua encarregada dos Esportes e dos Jogos Olímpicos, mas sua pasta foi ampliada para acolher também a Educação — conduzida anteriormente pelo próprio Gabriel Attal, com um bom índice de aprovação — e a Juventude.
O presidente Emmanuel Macron afirmou que a Educação seria uma das prioridades de seu segundo mandato, mas os sindicatos dos professores consideraram "preocupante" e "desdenhoso" a fusão dos dois ministérios e a nomeação de Oudéa-Castéra, que terá muito trabalho até julho com a preparação dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
"Mais que surpresos, é revoltante ver como a Educação nacional é tratada, apesar de atravessar uma crise sem precedentes", lamentou Sophie Vénétitay, secretária-geral do principal sindicato francês de professores, Snes-FSU.
(Com AFP)
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