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Gabriel Attal, abertamente gay, é o primeiro-ministro mais jovem da França

Aos 34 anos, Gabriel Attal se torna o mais jovem primeiro-ministro da França. A renúncia da premiê Élisabeth Borne na segunda-feira (8) provocou especulações sobre quem a substituiria. No entanto, Attal, ministro da Educação de Macron, ganhou rapidamente a preferência sobre os outros candidatos. 

Gabriel Attal, 34 anos, é o novo primeiro-ministro da França
Gabriel Attal, 34 anos, é o novo primeiro-ministro da França AFP - JOEL SAGET
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Com Gabriel Attal à frente do governo, o presidente francês Emmanuel Macron aposta na juventude e na popularidade, já que o ministro da Educação foi apontado por uma pesquisa do instituto Ipsos, publicada em dezembro, como o político mais popular da França, com 40% de aprovação. 

A poucos meses das eleições para o Parlamento Europeu, em junho, Macron escolhe, então, um político dinâmico, de perfil carismático e considerado competente pela opinião pública, para ajudar a derrotar a lista eleitoral da extrema direita. O presidente francês tirou a última carta que tinha na manga para evitar uma derrota histórica de seu partido nas eleições europeias. 

Gabriel Attal, o "favorito"

O nome de Gabriel Attal vinha circulando nas últimas horas com insistência. Muito próximo do presidente Emmanuel Macron, ele optou por se juntar ao partido A República em Marcha em 2017 e se tornou deputado na Assembleia Nacional, o Congresso francês, no mesmo ano.

Em 2018, ingressou no governo aos 29 anos, tornando-se secretário de Estado do ministro da Educação Nacional e da Juventude. Entre 2020 e 2022, ele assumiu o cargo de porta-voz do governo. Desde julho de 2023, ele ocupava o cargo de ministro da Educação.

Attal começou sua carreira política no Partido Socialista (PS), apoiando a candidatura de Ségolène Royal na eleição presidencial de 2007. Ele também trabalhou para o gabinete da ministra da Saúde do ex-presidente de esquerda François Hollande, Marisol Touraine, em 2012.

Renúncia de Borne

Na segunda-feira, 8 de janeiro, Élisabeth Borne permaneceu no palácio presidencial por quase uma hora. Ela entrou pelo portão principal e saiu discretamente por uma porta lateral de uma rua adjacente, marcando o fim de seu período conturbado como chefe do governo. Depois de muita hesitação, Emmanuel Macron finalmente decidiu aceitar a renúncia da primeira-ministra.

Ela fez o possível para permanecer em Matignon (sede do governo francês), apesar das dificuldades associadas à maioria relativa obtida nas eleições legislativas de 2022 na Assembleia Nacional e da adversidade às vezes enfrentada dentro do próprio governo com ministros que desafiavam sua autoridade, como o do Interior, Gérald Darmanin, e o da Economia, Bruno Le Maire, e a falta de apoio do presidente.

Homossexualidade 

Apesar de não ser militante e muito discreto no que se refere à vida pessoal, Attal sempre falou abertamente de sua homossexualidade. 

Entrevistado pelo site de notícias Melty, em 2019, ele falou sobre a homofobia no meio político e afirmou que as mentalidades estavam evoluindo. “Sou forte o suficiente para enfrentar ataques homofóbicos. Quando ouço estas palavras, penso especialmente nos milhões de franceses que vivem isto no anonimato e são menos apoiados ou acompanhados do que eu”, afirmou.

Em novembro, o novo primeiro-ministro contou em um programa da tv francesa como tinha sido vítima de bullying e insultos homofóbicos na escola, quando era adolesente. 

No plano político, ele afirmou não ser contra a legalização da "barriga solidária" na França, para casais do mesmo sexo, um tema de potencial desacordo com o presidente francês que é totalmente contra.   

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