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Novo premiê francês, de 34 anos, enfrenta ‘ciúmes’ de pesos-pesados aliados de Macron

Depois da nomeação do mais jovem primeiro-ministro da história da França, a imprensa do país relata a onda de ciúmes que a escolha provocou entre os caciques da política do país. O Libération trata o tema com ironia na capa desta quinta-feira (11): “os tiozões prontos para atirar”.

O atual ministro do Interior, Gérald Darmanin e  o primeiro-ministro Gabriel Attal.
O atual ministro do Interior, Gérald Darmanin e o primeiro-ministro Gabriel Attal. AFP - GEOFFROY VAN DER HASSELT
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A foto ilustra o atual ministro do Interior, Gérard Darmanin, fiel aliado de direita do presidente Emmanuel Macron, com um olhar resignado para Gabriel Attal, ex-porta-voz do governo e ex-ministro da Educação, nomeado premiê na terça-feira (9). Nos bastidores, Darmanin chegou a dizer que não permaneceria no cargo se o escolhido fosse Attal.

“As tropas macronistas festejam [a decisão], mas os pesos-pesados da base presidencial engolem a escolha do jovem primeiro-ministro. Aos 34 anos, ele deverá se impor e gerenciar os egos dos políticos mais experientes”, aponta o jornal de linha editorial progressista.

Também o ministro da Economia, Bruno Le Maire, 20 anos mais velho, agora se esforça para aceitar publicamente a decisão de Macron. Instantes depois do anúncio, Le Maire postou nas redes sociais uma foto em que aparece com a mão sobre o ombro de Gabriel Attal, “num tom paternalista”, nota Libération.

Attal enfrenta os 'macacos velhos' da política

O Le Monde assinala que o primeiro-ministro “é desafiado de cara pelos pesos-pesados da base” aliada. O novo gabinete ainda não foi revelado e é esperado para esta quinta-feira. Mesmo assim, “Darmanin e Le Maire, ministros desde 2017, afirmam que vão continuar nos seus cargos e evidenciam a relação direta que mantêm com Emmanuel Macron”, diz o jornal, lembrando que ambos não escondiam o desejo de ocupar a liderança no palácio de Matignon, sede do governo.

“A juventude do primeiro-ministro é uma vantagem ao tornar obsoleta uma parte do mundo político francês, mas ela também é uma fraqueza face aos ‘macacos velhos’ da base aliada”, pontua Le Monde.

Já o Le Figaro observa que o primeiro “obstáculo” de Attal para se afirmar no cargo será o próprio Emmanuel Macron, definido como “um presidente procrastinador, que tem dificuldade em dividir a cena com outro que não seja ele mesmo”. O jornal avalia que para Attal “ter uma chance de sucesso, terá que mostrar que rejuvenesce o macronismo”.

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