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Saiba por que cientistas e defensores do patrimônio brigam na França por prédio de Marie Curie

Depois de uma polêmica lançada por historiadores da arte e defensores do patrimônio histórico contra um projeto liderado por cientistas, o governo francês anunciou nesta sexta-feira (5) a suspensão da demolição de um sítio histórico do laboratório de Marie Curie, em Paris, onde deveria ser construído um centro de pesquisas contra o câncer.

Equipe de cientistas, químicos e biólogos, do Instituto Curie, em Paris.
Equipe de cientistas, químicos e biólogos, do Instituto Curie, em Paris. © Institut Curie / BELONCLE Frank
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O Instituto Curie, fundação de luta contra o câncer, quer construir um prédio de cinco andares no local denominado Pavillon des Sources, a poucos passos do Panteão, no Quartier Latin, em Paris, com aproximadamente 2.000 m2 de superfície, para alojar “o primeiro centro de pesquisa química e biológica sobre o câncer na Europa”, segundo Thierry Philip, diretor do instituto.

“Discutimos com serenidade o complexo debate em torno de um projeto científico essencial, que deve permanecer no local, e sobre a questão da memória, que hoje desperta emoção”, disse Philip nesta sexta-feira em comunicado enviado à imprensa, confirmando que “os trabalhos de descontaminação previstos para 8 de janeiro” foram “suspensos neste período de reflexão”.

“Se for possível encontrar uma solução alternativa para o local, o Instituto Curie a aceitará. Se não for esse o caso, o debate entre a memória e a ciência viva terá de ser resolvido com calma", escreveu o presidente do Instituto Curie, acrescentando que vai “colocar laboratórios à disposição dos pesquisadores nos próximos meses”.

"Atentado à memória de Marie Curie"

O projeto causou polêmica entre defensores da ciência e do patrimônio, estes últimos considerando que a destruição do pequeno edifício histórico representaria um grave atentado à memória de Marie Curie, dupla vencedora do Prêmio Nobel e primeira mulher a receber este prestigioso título.

Entre os defensores do lugar, está o famoso apresentador de televisão Stéphane Bern, encarregado pelo Palácio do Eliseu em 2017 para uma missão pelo patrimônio francês, que ressalta a “dimensão memorial e simbólica e, portanto, patrimonial” do local.

A líder da oposição do Conselho de Paris (equivalente à câmara de vereadores), Rachida Dati, do partido Os Republicanos (direita), pediu à ministra da Cultura que registasse o local como monumento histórico.

No seu comunicado para a imprensa, Thierry Philip recorda que o Pavillon des Sources não é o antigo laboratório de Marie Curie, mas um antigo local de armazenamento de resíduos radioativos que agora está vazio e que o seu laboratório não está ameaçado.

(Com AFP)

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