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Greve nas refinarias francesas mostra falhas no governo Macron, analisa imprensa francesa

Os jornais franceses desta quinta-feira (13) continuam a dar destaque para a greve nas refinarias que ameaça parar completamente a França. O governo convocou nesta quarta-feira (12) funcionários grevistas da Esso-ExxonMobil para liberar estoques de combustível e postos de abastecimento, mas o movimento continua, inclusive na TotalEnergies, por falta de progresso nas negociações salariais.

Uma placa diz " Fora de serviço" em um posto de gasolina em Bayonne, sudoeste da França, terça-feira, 11 de outubro de 2022.
Uma placa diz " Fora de serviço" em um posto de gasolina em Bayonne, sudoeste da França, terça-feira, 11 de outubro de 2022. AP - Bob Edme
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O movimento grevista não está perdendo força nas refinarias, afirma o jornal Libération, acrescentando que uma nova refinaria aderiu ao movimento. No total, seis das oito refinarias na França estão agora paradas: quatro da empresa TotalEnergies e duas da Esso-ExxonMobil.

O Le Parisien destaca que a TotalEnergies propôs ontem à CGT a continuação do movimento de greve nas refinarias durante as negociações, ao mesmo tempo em que libera os carregamentos de combustível para abastecer os postos. Mas essa proposta foi rejeitada pelos grevistas, segundo o sindicato.

O jornal Le Figaro publicou uma pesquisa de opinião mostrando que 58% dos leitores temem a paralisação do país. Segundo o jornal, a greve enveredou por um terreno político.

Em entrevista ao canal France 2, na noite ontem, o presidente Emmanuel Macron estimou que o país deve voltar ao normal na semana que vem. Na entrevista, ele fez questão de dizer que a falta de combustível na França não está relacionada à guerra na Ucrânia: o motivo continua sendo o bloqueio nas refinarias feito pelo movimento grevista. 

Críticas ao governo

A oposição de esquerda e direita critica o governo por não ter antecipado a situação. Dificuldade de comunicação, desconforto em relação à TotalEnergies e falta de solidariedade entre os ministros: o movimento grevista nas refinarias revelou as falhas do executivo, analisa o jornal Le Monde.

O ministro da Economia, Bruno Le Maire, afirmou à rádio RTL que a TotalEnergies tem o dever de aumentar os salários dos grevistas, já que teve lucros importantes: foram US$ 16 bilhões em 2021. A cifra representa o benefício mais alto do grupo em 15 anos. O ministro também criticou a empresa pela demorar em entrar em negociação com os grevistas.

A CGT, que lançou a greve em 27 de setembro na TotalEnergies, exige um aumento de 10% para 2022, contra os 3,5% obtidos no início do ano, para compensar a inflação e aproveitar os lucros excepcionais do grupo.

O governo francês decidiu convocar na terça-feira (11) de volta ao trabalho os grevistas da Esso Exxonmobil, após a assinatura de um acordo entre dois sindicatos e a direção da empresa. No entanto, em resposta a esta interferência, os trabalhadores se retiraram das negociações e anunciaram, na quarta-feira (12), a prorrogação da mobilização. 

A greve continua em pelo menos quatro refinarias e um depósito, anunciou a CGT na manhã desta quinta-feira.

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