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Osso encontrado em sítio arqueológico na França tem quase meio milhão de anos

Um pedaço de osso "muito raro" de 450.000 anos, encontrado na caverna de Tautavel (nos Pirineus Orientais, quase na divisa com a Espanha), foi identificado como pertencente a um ser humano, declarou nesta quarta-feira (17) o centro de pesquisas deste famoso sítio pré-histórico, um dos mais importantes do mundo.

Arqueólogos voluntários trabalham na caverna de Arago perto da aldeia de Tautavel, um dos sítios pré-históricos mais importantes do mundo que foi escavado por cerca de 50 anos. Um arqueólogo voluntário francês de 16 anos encontrou um dente adulto datando de cerca de 560.000 anos no local, no que os pesquisadores saudaram como uma "grande descoberta". O dono do dente - um incisivo inferior muito gasto - viveu durante um período frio, seco e ventoso e segundo achados arqueológicos na caverna, caçava cavalos, renas, bisões e rinocerontes.
Arqueólogos voluntários trabalham na caverna de Arago perto da aldeia de Tautavel, um dos sítios pré-históricos mais importantes do mundo que foi escavado por cerca de 50 anos. Um arqueólogo voluntário francês de 16 anos encontrou um dente adulto datando de cerca de 560.000 anos no local, no que os pesquisadores saudaram como uma "grande descoberta". O dono do dente - um incisivo inferior muito gasto - viveu durante um período frio, seco e ventoso e segundo achados arqueológicos na caverna, caçava cavalos, renas, bisões e rinocerontes. AFP - RAYMOND ROIG
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Trata-se de um pedaço de fíbula, osso da parte inferior da perna, situado paralelo ao tíbia. O objeto tem pouco menos de seis centímetros de comprimento e foi encontrado há 18 anos, disse o arqueólogo Christian Perrenoud, responsável pelas pesquisas neste local sistematicamente escavado desde 1964.

Segundo Perrenoud, “é muito raro encontrar ossos humanos dessa época, até porque os homens que viveram há mais de 100 mil anos não enterravam seus mortos”. Além disso, é difícil saber imediatamente no momento da descoberta se um osso tão pequeno como o pedaço de fíbula pertence a um ser humano.

“Quando você tem uma peça com mais de um metro de altura, você vai dizer a si mesmo imediatamente que provavelmente pertencia a um humano. Mas quando você tem um pedaço pequeno de poucos centímetros, sabendo que existem 122 espécies fósseis descritas na caverna, tomamos muito cuidado antes de afirmar que vem do homem”, analisa Perrenoud.

Esse é um dos motivos pelos quais a equipe "demorou 18 anos" para identificá-lo: "É preciso verificar, ver claramente que vem de homem e não de outro animal", avaliou o especialista.

A verificação cientítica é feita, em particular, através de várias comparações com o esqueleto do homem atual, que apesar de tudo ainda se assemelha a seus ancestrais distantes, mas também a partir de outros ossos já identificados anteriormente como humanos.

“No caso, é um fragmento de fíbula. Temos outros no local com os quais poderíamos comparar. Temos até outro fragmento que pode pertencer ao mesmo indivíduo”, esclareceu. Por outro lado, nenhuma pesquisa de DNA é possível nesses fósseis antigos.

“Ainda não podemos ir além de no máximo de 80.000 anos com a análise de DNA, ainda que haja exemplos na Espanha em que conseguimos ir um pouco mais longe”, acrescentou.

 A Caune de l'Arago, ou a Caverna Tautavel, localizada a cerca de 20 quilômetros a noroeste de Perpignan (sudoeste da França), já rendeu um grande número de fósseis que tornaram possível reconstruir a evolução das faunas, flora, paisagens e climas mediterrâneos entre 100.000 a 700.000 anos atrás.

(Com informações da AFP)

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